terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Bonsai, Alejandro Zambra

Bonsai

No final ela morre e ele fica sozinho, ainda que na verdade ele já tivesse ficado sozinho muitos anos da morte dela, de Emilia. Digamos que ela se chama ou se chamava Emilia e que ele se chama, se chamava e continua se chamando Julio. Julio e Emilia. No final, Emilia morre e Julio não morre.

(Bonsai, p. 10)

Queria ler este livro há um bom tempo. Vi alguns trechos em twitters e blogs por aí e todo mundo elogiava tanto… Então minha irmã resolveu pegar na biblioteca um dia desses para a gente ler.

O livro é sobre o casal Julio e Emilia e o final deles já é dito no primeiro parágrafo (o trecho acima). O livro é muito curto (noventa páginas com pouco texto) e conta desde quando o casal se conhece até quando Julio sabe da morte de Emilia.

Eu estava gostando bastante da história de amor deles, o casal tem uma relação interessante com literatura e vários livros são citados (inclusive As coisas, minha leitura anterior!). Depois que eles terminam eu achei o livro meio sem graça. Tem uma parte um pouco metalinguística, mas eu não gostei muito, prefiro Livro, do José Luís Peixoto, nesse aspecto.

No geral, por ser uma história curtíssima, não dá para se envolver muito com os personagens. Eu sei que a narrativa é curta de propósito, que dá para fazer muitas relações entre o Bonsai do título e o livro em si, como na questão do livro ser um romance em miniatura ou na própria diagramação do livro. Mas no final eu acabei não vendo tantas relações (porque o livro não me animou para me fazer refletir mais) e achei um pouco sem graça. Talvez se eu não tivesse expectativas teria gostado mais do livro…

Avaliação final: 3,5/5

2 comentários:

  1. Eu gostei bastante do livro. Talvez sua opinião tenha me ajudado a baixar as expectativas (que não eram muito altas, já que não sabia quase nada do livro) e isso tenha tornado minha leitura mais agradável. Ou seja, obrigada por não ter gostado tanto assim do livro!

    Eu preferi a parte pós-rompimento. Achei o namoro deles meio chatinho, não gosto muito dessas conversas literárias em livros. Acho pedante. E eu (ainda) não li o Perec, então a maioria das citações do livro eram de obras/autores que não conheço. Certeza que se eles falassem de Harry Potter eu ia gostar mais!

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    1. É que eu sou pedante, né. :B Mas eu achei as conversas literárias desse livro honestas, já que começa com as mentiras de não terem lido Proust e tal... É diferente de Livro, por exemplo, que eu acharia super pedante se não zoasse do próprio name-dropping que acontece...

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