quinta-feira, 26 de março de 2020

Retrospectiva: 2019

No ano de 2019 eu postei no blog um total de zero vezes. E eu não sei bem o motivo. Acho que blogar é uma questão de hábito e de repente as coisas se acumulam e não dá mais vontade de continuar. Também tem o fato de que quase ninguém mais bloga atualmente, então que incentivo eu tenho para continuar? Mas 2020 é um novo ano e com ele vem novas tentativas! Quem sabe o blog volte de verdade, porque tenho escrito mais mesmo sem publicar, ou quem sabe ele morra afogado de vez.

Por enquanto, fico aqui com uma retrospectiva de coisas legais do ano passado, como se 2020 tivesse acabado de começar e não estivéssemos no final de março já.

Livros
Em 2019 participei do Around the year in 52 books, um desafio para ler 52 livros no ano, parecido com o da Popsugar e outros genéricos. Minha parte favorita é que os temas do desafio são votados pelos participantes, então é divertido participar desse processo de construção da lista, ainda que haja muitas reviradas de olhos e frustração porque, adivinha só, pessoas são diferentes entre si e têm outras preferências e nem todo mundo é da mesma bolha internética!
Ano passado também comecei a anotar minhas leituras numa planilha, para poder analisar o que eu leio. O que eu descobri não é muito surpreendente: leio um pouco mais de autoras mulheres, mais autores brancos (72%) e mais ficção contemporânea. Um terço dos livros que li foi escrito por alguém americano, o que achei uma porcentagem surpreendentemente baixa considerando a dominação do mercado. Assinei por uns meses o Kindle Unlimited e por isso li vários livros nacionais (21%).
Preencher essa planilha, que ainda trazia questões sobre diversidade, me trouxe uma série de questões; como leio bastante coisa japonesa, sempre ficava em dúvida se colocava os livros como diversos ou não. O que é diversidade deve ser visto a partir da minha perspectiva ou da deles? Ao mesmo tempo, ficava triste toda vez que marcava com certeza absoluta que o livro não era diverso, apenas com personagens brancos e héteros.
Para 2020, fica o desejo de ler mais diversidade, mas com consciência que minha prioridade é diminuir minha pilha de livros não lidos. Pretendo fazer um projeto desencalhando livros da estante e contando um pouco sobre eles, para analisar porque demorei para lê-los e se isso mudou algo na minha avaliação do livro.
Segue uma lista das minhas leituras favoritas de 2019:
  • A gigantesca barba do mal, Stephen Collins
  • História do novo sobrenome, Elena Ferrante
  • Querida konbini, Sayaka Murata
  • Disgrace, J. M. Coetzee
  • Coração azedo, Jenny Zhang 

    Filmes
    Vi 84 filmes em 2019, o que é um número alto para meus padrões. No último semestre da faculdade, descobri que tinha direito a uma assinatura gratuita universitária do Mubi, e aproveitei bastante essa oportunidade. Assisti a filmes desconhecidos só porque pareciam interessantes, algo que não fazia há bastante tempo, e fiquei bem mais incentivada para ver filmes de países diferentes e clássicos esquecidos.
    Também fiz uma planilha com os filmes que vi e os resultados são um pouco mais tristes do que os livros. Mais que 75% dos filmes assistidos foi dirigido por um homem, e 45% dos filmes são americanos.
    Para 2020, pretendo ver um filme dirigido por mulher por mês, além de continuar vendo um filme dos 1001 para ver antes de morrer e uma animação por mês.
    Meus filmes favoritos de 2019 foram:
    • Mensagem para você (1998)
    • Buscando... (2018)
    • Homem-Aranha no Aranhaverso (2018)
    • Tito e os pássaros (2018)
    • Ingrid vai para o oeste (2017)
    • A criada (2016)
    • Oitava série (2018)
    • A pele que habito (2011)
    • Bacurau (2019)
    • Cara gente branca (2014)

    Séries 
    Meu ritmo irregular de ver séries continuou em 2019. Essas são algumas coisas que gostei bastante de ver:
    • Mad men, sétima temporada (finalmente terminei!)
    • Fleabag, segunda temporada (sou do time que não gostou muito da primeira)
    • Are you the one?, oitava temporada (essa é a temporada sexualmente fluida e fico triste de verdade que pouca gente no Brasil ligue para esse reality)
    • Terrace House: boys and girls next door (não terminei de ver e tem partes meio entediantes, mas o arco do Daiki é maravilhoso e o elenco em geral é bem mais entrosado do que dos THs seguintes)
    • Aggretsuko, primeira temporada
    • Mozart in the jungle, terceira temporada

    Outras coisas
    Coisas aleatórias que descobri ou gostei de ver em 2019:
    • O canal da Safiya Nyygard: nunca pensei que gostaria de uma youtuber que fala principalmente de estilo e maquiagem, mas gosto bastante do jeito investigativo dos vídeos da Safiya. Meus favoritos são os de viagens, mas tenho um carinho especial pelos experimentos misturando as maquiagens. Posso até ter me inspirado e feito um esmalte com uma gota de cada esmalte que tenho  (e a cor resultante foi roxo. Quase todas as misturinhas que faço acabam roxas).
    • ASMR: eu comprei meu primeiro smartphone em 2019(!!!). Isso me fez ter mais tempo para fazer coisas inúteis como ver vídeos de gente cortando sabonete e coisas estranhamente agradáveis, e de alguma forma eu caí no buraco de ASMR. Não ouço por causa de insônia, mas gosto dos vídeos para relaxar e curtir os sons antes de dormir ou para deixar de pano de fundo enquanto leio ou escrevo. O mundo do ASMR é bem vasto e não se resume a uma pessoa sussurrando ou comendo algo no seu ouvido e tem sido divertido explorar esse universo para descobrir quais são meus tipos de sons preferidos.
    • Podcasts: foram minha principal companhia durante os trajetos diários de ônibus. Gosto de podcasts principalmente sobre cultura pop, dicas de filmes, séries, livros, etc. Ainda não tentei ouvir esses podcasts de narrativa porque sou meio ruim para prestar atenção em áudio.
    • A temporada do Kévin Aymoz: o Kévin virou meu patinador favorito na temporada passada e agora ele finalmente ficou mais consistente, o que resultou em medalhas, várias medalhas (vamos fingir que o Europeu nunca aconteceu).
    • Caneta Muji: fiquei viciada em materiais de papelaria em 2019, e isso resultou em muitas compras novas. De cem brush pens da China a canetas de gel de várias marcas diferentes, minha aquisição favorita foi a caneta Muji 0.5 preta, pelo simples fato de que por enquanto foi a caneta que menos falhou na minha mão.