terça-feira, 30 de agosto de 2016

Harry Potter and the Cursed Child, J.K. Rowling, John Tiffany e Jack Thorne

 
ALBUS: I'm just asking you, Dad, if you'll — if you'll just stand a little away from me.
HARRY (amused): Second-years don't like to be seen with their dads, is that it?
(...)
ALBUS: No. It's just — you're you and — I'm me and —
HARRY: It's just people looking, okay? People look. And they're looking at me, not you.
(...)
ALBUS: At Harry Potter and his disappointing son.  
Então eu li Harry Potter and the Cursed Child. Vou dizer que estava esperando ansiosa para o livro? Não. Eu estava até em dúvida se ia lê-lo logo ou se esperaria chegar a tradução, ou mesmo se só pensaria sobre ele quando chegasse um exemplar na biblioteca. Mas no meio do caminho havia o fandom de Harry Potter, e é claro que as pessoas não pararam de falar sobre o assunto. A opinião geral era de que a história parecia uma fanfic ruim, e quem sou eu para negar a leitura de uma fanfic ruim?

Se você não quer ter nenhuma informação sobre o enredo, sugiro que não leia a resenha. Não vou dar nenhum spoiler, mas tudo é spoiler para quem prefere ler o livro sem saber nada.

Enfim, vamos lá. Eu li a peça sabendo só da premissa, que envolvia os filhos da geração do Harry e viagens no tempo. E que as pessoas shippavam Albus e Scorpius. Achei o enredo um pouco estranho e certamente gostaria de ter visto mais cenas cotidianas. Dá para entender por que o foco é nas aventuras, mas sinceramente minha parte favorita em Harry Potter é o dia a dia de Hogwarts e como o relacionamento dos personagens vai evoluindo aos poucos. Não tem "aos poucos" nesse livro porque é uma peça só cheia de ação. Albus e Scorpius se conhecem, três minutos depois já são amigos e já vivem altas aventuras (isso não é uma crítica à peça, porque não é propriamente um defeito, é mais uma questão de gosto mesmo).

Li várias resenhas que diziam que não iam comentar nada sobre o formato, porque é uma peça e deveria ser vista no palco. Eu particularmente acho que a partir do momento em que sai um livro da peça a gente tem todo o direito de comentar a forma. O que mais me chamou atenção é o quanto as rubricas não são neutras: elas não servem só para guiar os atores, mas também demonstram o que a gente deve pensar. O caso mais óbvio é do Snape: SNAPE looks at him, every inch a hero (...). Eu gosto do Snape, mas para que ficar heroicizando o cara? Aliás, outra coisa que se destacou no livro, para o bem ou para o mal, é como parece haver um acerto de contas com personagens. Dumbledore e Draco, por exemplo, recebem tratamentos especiais e cenas emotivas como se a Rowling estivesse pedindo desculpas ou se justificando pelo tratamento deles durante a série.

Enquanto alguns personagens são mais aprofundados do que eu esperava, outros parecem até desvirtuados das personalidades anteriores. Rony apresenta apenas um traço na peça: ele é alívio cômico. Em algumas realidades paralelas, Hermione, Rony e até Cedrico agem de forma totalmente diferente do que qualquer um imaginaria, mesmo com todas as mudanças nos eventos.

Apesar de tudo isso, não posso mentir: achei Harry Potter and the Cursed Child bem divertido. Li em umas duas sentadas, morrendo de vontade em saber o que ia acontecer em seguida. O fato de tudo ser bem implausível só aguçou a minha curiosidade. Ou seja, pode até ser fanfic ruim, mas não é daquelas que a gente larga no meio.

Avaliação final: 3/5

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Retrospectiva: abril, maio, junho e julho

• Faz tempo que eu não escrevo aqui, né? O blog está devagar quase parando, mas pretendo revivê-lo aos poucos. No entanto, não sei bem como vou voltar. No ano passado, consegui manter razoavelmente bem essa coisa de resenhar praticamente todos os livros que lia. Agora não consigo mais. Sinto um desânimo na obrigação autoimposta de escrever resenhas e me parece que a blogosfera literária não é mais a mesma. Quase todos os blogs de livros que eu leio acabaram ou reduziram bem a frequência de posts. Mesmo minha animação em ler e comentar resenhas alheias diminuiu. É difícil admitir que algo que foi seu hobby por tanto tempo simplesmente não te interessa tanto agora, né? Ainda vou repensar bem sobre o que vou fazer, porque escrever sobre o que leio me ajuda a relembrar o que achei e a valorizar o momento da leitura. Provavelmente vou escrever mais comentários pequenos sobre livros e menos resenhas, mas ainda tenho que pensar no resto do conteúdo do blog. Não sei. Veremos.

• Além desse desânimo, teve também a já esperada greve na faculdade e o esperado fim de semestre fora de hora. Terceira greve em quatro anos e eu pensava que seria mais fácil, mas olha, fica cada vez mais difícil de suportar. Mas pelo menos já acabou e significa que a não ser que algo muito absurdo aconteça eu terei um semestre normal a partir de semana que vem e minha rotina voltará a entrar nos eixos.

Nesse período:  
Eu vi… muita coisa, não sei nem por onde começar? O destaque fica com a primeira temporada de My mad fat diary, uma série britânica adolescente maravilhosa.
Eu li… várias graphic novels, graças a minha irmã. E já completei meu Goodreads Reading Challenge, já li mais de 50 livros esse ano! Talvez por isso esteja sofrendo para escrever resenhas, não estou acostumada com esse ritmo.
Eu escrevi…  ficção! Tinha algumas ideias engavetadas mas o começo parece tão definitivo, né? Eis que umas pessoas sugeriram o Camp NaNoWriMo e eu decidi tentar. Criei uma meta pequena (10.000 palavras em um mês) e não bati nem um terço dela, mas sinceramente só o fato de já ter começado já foi uma vitória. 
 
No blog:
• O primeiro post foi a retrospectiva de fevereiro e março.

• Depois escrevi uma resenha de um livro lido no início do ano passado, Secret society girl.

• Como sempre, tem post comentando os filmes que eu vi — de distopias adolescentes a porcos falantes.

Brooklyn foi um desses livros que cresceu comigo depois da leitura. Recomendo muito!

•  Finalmente fiz meu diário de viagem para Porto de Galinhas.

A casa torta foi encontrado do lado do lixo e se tornou meu livro favorito da Agatha Christie.

•  Comentei sobre alguns livros curtos ou releituras que fiz.

• Resenhei A sociedade literária e a torta de casca de batata, um livro que me surpreendeu positivamente.