sábado, 26 de junho de 2010

Livro reserva do Desafio Literário de Junho

Fala Sério, Professor Meu livro reserva desse mês é Fala Sério, Professor!, da Thalita Rebouças.

Fala Sério, Professor! mostra as relações da protagonista Malu com os diversos professores que teve em sua vida. Mas Malu não funciona como narradora para mim. Em Fala Sério, Mãe! grande parte do livro era narrada pela mãe da Malu, por isso achei o livro mais divertido.

Malu é sem-graça. Não tem nada de tocante nem de engraçado na relação dela com os vários professores que teve.

Mas o grande defeito do livro é o mau uso das gírias. Pelo menos aqui em São Paulo não usamos metade das gírias que tem no livro. Para começar, quem aqui fala “fala sério” com tanta frequência? Fala sério, Thalita! Assim, o linguagem do livro soou bem forçada (isso pode até ser coisa regional, mas também me desagrada a ideia de ela ter escrito o livro só para cariocas).

Também achei Malu bem comum. Imagino que seja de propósito, para as pessoas se identificarem com ela, mas isso não ocorreu comigo. A linguagem é forçada e Malu também.

Na verdade, acho que o livro é para pré-adolescentes. Talvez até seja uma boa leitura para eles, mas se você tiver mais de 13 anos e quiser um livro bom (não foi o meu caso, eu sabia que era ruim mas tinha curiosidade de ler), não leia este.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Desafio Literário de Junho

lacos de familia

O livro escolhido para o Desafio Literário desse mês foi Laços de Família, da Clarice Lispector.

Acredito que grande parte das pessoas, ao pensar em uma escritora brasileira, pensa logo em Clarice Lispector. Não é diferente comigo. Já tinha lido A Hora da Estrela e achei bem interessante, mas não tive certeza de que o compreendi completamente, pois o li muito rápido.

Já com Laços de Família foi diferente. Eu estava no clima de ler Clarice em quase todos os contos do livro, até porque, prestando atenção na leitura, fica fácil de se envolver com os contos.

Os contos do livro são basicamente sobre pessoas de nossa época e suas rotinas. Pessoas normais, que poderiam ser simplesmente entediantes nas mãos de outros autores, são exploradas de uma forma bastante intensa e introspectiva. Dessa forma, o leitor acaba compreendendo o personagem e até se identificando com ele.

Em quase todos os contos há a quebra da rotina. Um fato banal ocorre e faz o personagem repensar sobre a vida que levava, mostrando que para um conto ser bom não há necessidade de se ter um enredo fantástico.

Um fato curioso que ocorreu comigo é que depois de ler os contos ficava me imaginando como uma persongem de Clarice, pois acho que ela seria capaz de dizer em plavras muito do que somos incapazes de expressar.

Gostei especialmente do conto Feliz Aniversário, que mostra uma velha em conflito com sua família.

Enfim, Laços de Família é um livro belíssimo que merece ser lido em algum momento de angústia ou de desilusão. Ou simplesmente quando você estiver com vontade de ler algo mais introspectivo.