terça-feira, 26 de maio de 2020

Starfish, Akemi Dawn Bowman


Conheci esse livro porque ele estava disponível para ler no site da editora durante maio. Ele conta a história de Kiko, uma jovem mestiça de pai de ascendência japonesa e mãe branca. O sonho dela é estudar na Prism, uma escola de artes em Nova York, onde ela acredita que poderá recomeçar e esquecer de seu passado traumático. No entanto, ela recebe uma carta de rejeição da escola, e terá que superar seus medos de outra forma.

Starfish não é uma leitura leve — Kiko tem familiares abusivos e tóxicos e sofre de ansiedade social —, mas mesmo assim o ritmo de leitura é rápido, típico de YAs, e fiquei bem imersa na história. E assim como em outros YAs, o que mais me incomodou no livro são questões de enredo e personagens. Gostei de ver o amadurecimento da Kiko durante a história, e como pessoa tímida acho fácil de me identificar com ela e suas inseguranças, mas sua evolução acabou mais ligada a fatores externos (um amigo/interesse romântico e um mentor) do que a ela mesma. É como se nada teria mudado se ela não tivesse a sorte de encontrar essas pessoas pelo caminho, e essa não é uma boa mensagem para se passar, ainda que ela só seja implícita.

Além disso, por mais que eu goste do Jamie, ele é um tanto sem graça como personagem. O único defeito dele é não entender a timidez da Kiko e a tratar com impaciência por causa disso, o que é errado, mas também compreensível. E o romance deles é tão óbvio.

No geral, gostei do retrato da família da Kiko, mas queria saber mais sobre os outros familiares além da mãe. Há motivos para eles serem distantes, mas do jeito que a mãe dela é descrita é um pouco surpreendente que o resto da família nunca a tenha confrontado. Eu gostei mais do lado do drama familiar do que o lado romântico do livro, acho que isso resume bem o que achei do livro.

Avaliação: 3,5/5

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Lendo a estante: Pequenos incêndios por toda parte e O homem que passeia

As leituras a seguir foram feitas no final de janeiro e início de fevereiro. Por coincidência, ambos os livros se encaixam na maratona asiática, então vamos fingir que foi de propósito.

Pequenos incêndios por toda parte, Celeste Ng
Por que tenho: Adorei Everything I never told you e fiquei com vontade de ler tudo que a Celeste Ng já tinha publicado — e Pequenos incêndios por toda parte é o único outro romance dela. Comprei o livro em março de 2019, em uma promoção da Amazon.
Por que li agora: Um dos motivos foi ler antes da série estrear, para evitar spoilers e quem sabe até acompanhar (spoilers de hoje: pretendo ver a série nesse mês só). O outro motivo foi que sorteei o tema "ler um livro de um autor de umas das suas melhores leituras de 2018 ou 2019" no Around the year, e a primeira autora que pensei foi a Celeste. O fato de eu ter demorado quase um ano depois da compra para ler provavelmente foi pelo medo da decepção, algo que me acompanha quando tenho motivos para achar que vou adorar um livro (e, para meus padrões, demorar um ano é surpreendentemente pouco!).
O que achei: Pequenos incêndios por toda parte é um drama familiar bem desenvolvido e que prende a atenção, mas não senti o livro da mesma forma que senti Everything I never told you, porque não tem o mesmo tom de mistério nem senti algum tipo de identificação pessoal com os personagens. Queria que os personagens principais fossem explorados de forma mais igual, porque senti falta de conhecer melhor alguns membros da família Richardson, como o Trip. Também achei o foco narrativo confuso em certos momentos, entrando na mente de um personagem quando contava sobre outro. Se fosse meu primeiro contato com a obra da Celeste, possivelmente gostaria mais do livro, mas como Everything I never told you é um dos meus livros favoritos dos últimos anos não tenho como não ficar um pouco decepcionada.
Avaliação: 3,5/5

O homem que passeia, Jiro Taniguchi
Por que tenho: Minha irmã comprou.
Por que li agora: Não era um livro que estava no meu radar e minha irmã não amou, então demorei um pouco para tirá-lo da estante. Decidi ler em um momento que queria algo rápido, depois de passar uns dias ouvindo um audiobook acabei me sentindo culpada por negligenciar a estante, e qual a melhor e mais rápida forma de riscar um livro da lista? Ler um quadrinho, é claro.
O que achei: O homem que passeia é um mangá com histórias curtinhas de caminhadas que o protagonista faz por aí, algo no estilo "poéticas do cotidiano". É uma leitura fácil e tem momentos bonitos, mas não me marcou.
Avaliação: 3/5

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Maratona asiática de maio

Maio é o mês do patrimônio asiático-americano e das ilhas do Pacífico nos Estados Unidos, o que dá origem a projetos especiais. Um deles é a Asian Readathon, uma maratona literária para ler livros asiáticos. Como tenho muitos livros que se encaixam na proposta e tenho também um tédio enorme por causa da quarentena, decidi participar da  maratona, em uma versão ainda maior, incluindo filmes e séries também. As tarefas oficiais são:
 
1. Ler qualquer livro escrito por uma pessoa asiática
2. Ler um livro com um personagem asiático ou escrito por alguém asiático com que você se identifique
3. Ler um livro com um personagem asiático ou escrito por alguém asiático que seja diferente de você
4. Ler um livro recomendado por uma pessoa asiática
5. Ler Pequenos incêndios por toda parte/ver a série (opcional)


A ideia inicial é que não se repitam as etnias/nacionalidades, e vou respeitá-la nas quatro tarefas principais. Mas se ler/ver algo extra, não vejo problema em repetir, já que minha intenção principal é diminuir a pilha de livros parados na estante, e eu não tenho tanta diversidade em questão de países. 

Minhas escolhas literárias são:
1. Viver, Yu Hua ou Secondhand world, Katherine Min
2. O buda no sótão, Julie Otsuka (uma mulher de ascendência japonesa, como eu)
3. O último homem na torre, Aravind Adiga ou O pintor de letreiros, R. K. Narayan (homens indianos, diferente de mim)
4. O melhor que podíamos fazer, Thi Bui (recomendado aqui
Algumas opções extras que tenho na estante ou no Kindle: os mangás Limit, Keiko Suenobu; Jovens de elite, Marie Lu; Life, Lu Yao; The kiss quotient, Helen Hoang; Miracle Creek, Angie Kim; A fórmula preferida do professor, Yoko Ogawa; Botchan, Natsume Soseki... 

Minhas escolhas de filme:
1. Plano-sequência dos mortos
2. Para todos os garotos: PS. ainda amo você (a protagonista é mestiça, como eu)
3. Não sei ainda, provavelmente algo indiano do Mubi ou da Netflix
4. Tigertail, indicado pelos irmãos Shibutani
Extras: Yesterday, The farewell, Assunto de família, Você nem imagina, algo do Studio Ghibli... 

Para as séries, não tenho como objetivo terminar todas, só começar e ver até onde eu chego.
1. Eu nunca...
2. Ainori Love Wagon: Asian Journey
3. The untamed
4. Ainda estou procurando um k-drama com um clima mais leve
5. Little fires everywhere
Extras: vou continuar Malhação: viva a diferença, Gatchaman crowds e Terrace house: boys and girls next door.

No final do mês pretendo voltar aqui e contar o que consegui cumprir. Boa sorte para mim (e para todos os outros participantes)!