segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Lendo a estante: LGBTQIA+

São leituras que eu fiz em junho de 2020, mês que dei preferências para autores LGBTQIA+.

A menina submersa, Caitlín R. Kiernan  
Por que tenho: Foi um dos primeiros lançamentos da Darkside que me chamou a atenção, com uma sinopse complexa e cheia de elementos fantásticos (e elogios de Neil Gaiman). Eu e minha irmã demoramos um pouco para comprar porque não é algo exatamente dentro da nossa zona de conforto literária, mas logo alguns livros da Darkside começaram a entrar em promoção e esse foi comprado por R$9,90.  
Por que li agora: Demorei para ler porque, apesar de ter lido muitas resenhas elogiando, as pessoas com um gosto mais próximo ao meu e que leram depois do hype detestaram o livro. Aí eu peguei bode dele, e só fui ler agora porque queria que a letra T aparecesse nas minhas leituras LGBTQIA+.
O que achei: É muita pretensão para um livro só e muita preguiça para uma leitora só. O livro tem partes que até me pegaram (as partes mais cotidianas), mas o fantástico da obra me confundiu horrores. Não tenho coragem de dizer que é um livro ruim, mas tenho certeza de que não é um livro para mim.
Avaliação: 2/5
 
Quinze dias
, Vitor Martins

Por que tenho: Vi muita gente elogiando o livro na época do lançamento, e gosto dos continhos do Vitor que já li por aí. E acho a capa bem bonitinha. 
Por que li agora: Eu precisava de um representante YA no meu mês temático.
O que achei: É uma gracinha! Devorei o livro em um dia e terminei com um sorrisinho bobo no rosto. Apesar da premissa um pouco forçada, o desenvolvimento da relação entre o Felipe e o Caio é crível e gostoso de ler, e a voz do Felipe, com todas suas inseguranças, é bem realista.
Avaliação: 4/5

 
Você é minha mãe?, Alison Bechdel
Por que tenho: Minha irmã comprou em uma Festa do Livro da USP há uns anos.
Por que li agora: Por causa do mês temático, basicamente. Queria incluir um quadrinho na lista.
O que achei: O livro é considerado uma continuação de Fun home, que eu não li, ou seja: já começamos bem. E faz muitas referências a coisas que não conheço direito (tipo a psicanálise de Donald Winnicott). Do que deu para entender, eu gostei, mas sinto que perdi muita coisa e prefiro um estilo de graphic novel com menos textões.
Avaliação: 3/5

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Maratona asiática de maio

Chegou maio e com ele vem mais uma maratona asiática! Gostei da minha experiência ano passado e decidi participar de novo. As tarefas oficiais são:

1. Ler um livro escrito por uma pessoa asiática
2. Ler um livro com um protagonista asiático
3. Ler um livro do seu gênero favorito escrito por uma pessoa asiática
4. Ler um livro de não ficção escrito por uma pessoa asiática
5. Ler um livro escrito por uma pessoa asiática que não foca nos Estados Unidos

E não se devem repetir etnias/nacionalidades, mas como meu objetivo é também diminuir a pilha de livros não lidos na estante não vou focar nisso após ler os cinco livros principais.

As ideias de leitura são:
1. Roundabout of death, Faysal Khartash (Síria)
2. The ones we're meant to find, Joan He (americana de ascendência chinesa)
3. Não tenho gênero favorito exatamente, mas vou considerar ~ficção literária~, seja lá o que defina isso, para o desafio. O livro escolhido é O museu do silêncio, Yoko Ogawa (Japão)
4. How to do nothing, Jenny Odell (americana de ascendência filipina)
5. Todas as cores do céu, Amita Trasi (Índia)

E tenho outras opções também que pretendo ler se sobrar tempo. Conheci esse site ano passado e ele tem opções de YAs para ler de graça durante o mês, e o Spotify também tem audiolivros interessantes disponíveis (The subtweet, I love you so mochi e There's no such thing as an easy job se encaixam no tema da maratona). Isso fora outros livros da estante...

Também vou continuar com a maratona de filmes e de séries, mas vou decidindo o que ver conforme der vontade, porque não adianta nada escrever uma lista enorme e depois assistir só coisas completamente diferentes. Em junho conto como foi a experiência.

terça-feira, 20 de abril de 2021

Retrospectiva de filmes e tv de 2020

Faz um tempo que não sou uma pessoa que costuma ir ao cinema, então a pandemia não mudou minha forma de de ver filmes. Senti falta de olhar a programação de mostras no CCSP ou no Cinusp, marcar o que queria ver e depois ficar com preguiça de sair de casa, mas troquei esse hábito pelo de olhar a programação de mostras online e ficar com preguiça de ver os filmes na internet mesmo.

Estatísticas
Mantive a minha planilha, mas só a atualizei no final do ano. O resultado: quase igual ao de 2019. Quase metade dos filmes vistos é dos Estados Unidos, setenta e cinco por cento dos filmes dirigidos por homens e mais ou menos a mesma porcentagem para diretores brancos. Acho que vou parar com a planilha, porque é um trabalho que não traz muita recompensa. Não tenho metas específicas para esses dados, então eles só me deixam meio triste mas sem me dar forças para mudar meus hábitos.

Meses temáticos
Aproveitei minhas maratonas de livros para fazer o mesmo com filmes e foi divertido pensar nas minhas escolhas. Serviu bem para ter esse olhar consciente do que ia assistir, e tirou alguns filmes que estavam na minha lista há tempos.

Metas mensais
Continuei firme na meta mensal de ver um filme da lista do 1001 e uma animação e introduzi com sucesso o objetivo de ver um filme dirigido por mulher por mês. Fracassei no objetivo de ver um filme por mês da lista do Top 250 do Letterboxd, que é uma meta ridícula, criada porque acompanhar a rinha de cinéfilos nos comentários da lista é um guilty pleasure meu. Não pretendo completar a lista, mas queria chegar pelo menos nos 100 vistos de 250, então vou manter a meta mesmo que seja um objetivo um tanto besta (no momento, estou com 76/250).

Journal
Provavelmente meu maior feito de 2020 foi ter começado um journal de filmes e séries, um ótimo meio de usar meu material de papelaria e exercer um pouco de criatividade. Isso criou uma rotina nova, de ouvir podcasts sobre os filmes antes de formular minha opinião e de ouvir a trilha sonora do filme durante o processo de escrita para torná-lo mais divertido e imersivo. Como sempre, estou atrasada no journal, escrevendo sobre coisas que vi em maio de 2020 em abril de 2021, mas colocar coisas no papel tem me feito bem: fazia tempo que não tinha um hábito mais criativo/artístico, e é legal ver um resultado concreto (e bonitinho às vezes) saindo disso.

Por fim, os grandes favoritos vistos em 2020:
Parasita (Bong Joon-Ho, 2019)
Dor e glória (Pedro Almodóvar, 2019)
Desculpe te incomodar (Boots Riley, 2018)
E então nós dançamos (Levan Akin, 2019)
Retrato de uma jovem em chamas (Céline Sciamma, 2019)

No mundinho das séries, não tenho muito a falar de hábitos e mudanças, a não ser que em 2020 decidi ver Malhação: viva a diferença do início ao fim, em preparação para a estreia de As five, e não esperava o nível de obsessão que criei por esse universo. MVAD era a novela que eu gostava de ver quando estava na casa do meu avô, na época da exibição original, mas como eu tinha preconceito com novelas, ficava meio com preguiça de ir atrás para assistir tudo certinho. Um baita erro, porque acabei devorando a novela em poucos meses e gostei tanto a ponto de entrar no fandom. Viver a experiência comunal de aguardar a estreia de As five foi muito bom para fazer o tempo passar em 2020, e se a série trouxe um cadinho de decepção com ela, isso só foi possível porque as expectativas estavam lá no alto. Fico no aguardo do início da gravação da segunda temporada para entrar nessa loucura de novo.

Outras favoritas:
Euphoria
The good place
BoJack Horseman
(ainda estou na terceira temporada, saboreando os episódios aos pouquinhos)
Eu nunca...
Top Chef (as primeiras temporadas estão na Netflix! É meu reality culinário favorito, de longe)

No mundinho do Youtube, conheci o canal dos Try Guys, quatro rapazes que... tentam fazer coisas. O tom do canal é de comédia, às vezes até demais, já que cada um deles tem sua personalidade e às vezes eles exageram esses traços pelo humor, mas os vídeos têm temas variados e dá para gastar um bom tempo lá.
Voltei a me interessar pelo booktube depois de ver um vídeo da Noelle Gallagher na minha página de recomendados. Acho bem difícil definir o que eu gosto em um booktuber, porque é uma mistura de gosto literário em comum com o modo de falar sobre livros e personalidade. Minhas booktubers favoritas provavelmente são a própria Noelle e a Cindy (não só pelo humor, mas os wrap ups dela são meus favoritos: ela consegue explicar bem o que gostou e o que não gostou em cada livro. E ela é crítica pra caramba, mas de um jeito genuíno).

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Retrospectiva de leituras de 2020

Não preciso nem dizer que 2020 foi um lixo. Mas como sempre fui uma pessoa que usa entretenimento como escapismo, em termos de livros, séries e filmes, até que o ano foi bom. Me envolvi em projetos pessoais, descobri novos autores interessantes, voltei a acompanhar conteúdo literário no Youtube e até descobri novos blogs. Seguem alguns comentários sobre o ano:

Estatísticas

Novamente usei uma planilha para marcar as leituras e foi uma experiência interessante, mas que vou abandonar em 2021. Ficar abrindo a planilha me cansava, e eu preenchia coisas que não necessariamente eram minha prioridade só porque uso um modelo pré-pronto (e porque ver os gráficos é bonitinho) e ainda ficava em dúvida de como classificar as leituras dentro das categorias. Em 2021, vou registrar os dados que me interessam em um caderno: formato, origem (da estante, Kindle, emprestado, etc.), nacionalidade, raça e gênero de quem escreveu. Em relação a 2019, meus dados de 2020 não mudaram muito: continuo lendo cerca de um terço de autores americanos, seguidos por brasileiros; leio um pouco mais de mulheres do que de homens; boa parte das minhas leituras LGBT+ vem de contos de autores nacionais.

É divertido ver? É. É inútil? Também.

Lendo a estante
Dizer que o projeto foi bem-sucedido é exagero, visto que estou bem atrasada nas postagens, e também não bati a meta de ler 50 livros da estante (li quase 40. Dos 84 livros que li no ano, é menos de cinquenta por cento, o que é ridículo), mas tem sido divertido pensar em como os livros chegaram na minha estante e como meu consumo de livros tem mudado. Seguiremos em frente em 2021.

Around the year
Completei mais um ano do desafio. Gosto de ler o que der vontade e ir encaixando nas propostas depois, e adoro a variedade de tipos de propostas, mas confesso que sinto falta de um desafio literário mais raiz, daqueles que a gente acompanha as leituras e resenhas dos outros. Como o desafio vem de um grupo gringo do Goodreads, não me sinto muito à vontade lá, porque tenho preguiça de escrever em inglês e sinto que meus gostos não batem com o das pessoas.

Meses temáticos
Em maio, participei da maratona asiática e adorei a experiência, tanto que decidi focar em autores LGBT+ em junho e em autores negros em julho. Como leio mais autores brancos héteros, minhas escolhas de leitura acabam priorizando algo de um branco hétero, e esses meses foram essenciais para olhar minha estante e explorar outras opções. Percebi, por exemplo, que os asiáticos dominam minhas leituras não brancas, que quase não tenho livros de autores negros que não sejam africanos e tenho poucos livros LGBT+ fora do Kindle.

Audiolivros
Me parece que os audiolivros estão cada vez mais populares, especialmente fora do Brasil, e ver tantos booktubers lendo mais em áudio me deixou com uma pulga atrás da orelha. Não sou uma pessoa muito auditiva, mas experimentei o período de teste do Scribd e um tempo depois eles me deram mais uma mensalidade grátis. Vou ser sincera: não acho que me adaptei cem por cento ao método. O que mais funcionou para mim foi ler no Kindle e ouvir ao mesmo tempo, o que aumenta a velocidade de leitura, mas não faz do áudio algo indispensável. Existem audiolivros com uma produção maravilhosa (Beauty queens provavelmente só esta na lista de melhores do ano por causa do áudio: tinha musiquinhas, efeitos sonoros e a autora narrava com sotaques e muita personalidade), mas em outros casos fiquei até perdida sem ter o texto escrito. No futuro, provavelmente vou continuar ouvindo audiolivros somente quando for a forma legal mais prática de obter um livro.

Por fim, as melhores leituras do ano...

As garotas, Emma Cline
As águas-vivas não sabem de si, Aline Valek

Diga aos lobos que estou em casa, Carol Rifka Brunt
And then there were none, Agatha Christie
Beauty queens, Libba Bray
Quinze dias, Vitor Martins
História de quem foge e de quem fica, Elena Ferrante
As coisas que perdemos no fogo, Mariana Enríquez
Smoke gets in your eyes, Caitlin Doughty
A head full of ghosts, Paul Tremblay


...e o grande favorito
A little life, da Hanya Yanagihara, foi definitivamente a leitura que mais me marcou em 2020. Em um ano tão trágico, acompanhar o sofrimento de Jude e amigos foi a catarse que eu precisava. Não é um livro que eu recomendaria para todo mundo, mas A little life me deixou obcecada como há tempos não ficava com um livro.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Os (realmente não tão) últimos filmes que eu vi #26

Terminamos esse ano interminável que foi 2020 e eu termino aqui também com os filmes vistos em 2016. Como me parece meio ridículo continuar postando minhas opiniões de quatro anos atrás, como se nada tivesse mudado, vou tentar modificar a forma desses posts, talvez deixar por temas em vez de cronologicamente? Veremos. Por enquanto, feliz ano novo! E ano que vem posto os melhores de 2020. 

1. Short cuts - cenas da vida (Robert Altman, 1993)
Segundo filme do Robert Altman que eu vejo, Short cuts tem a mesma estrutura estilo mosaico de personagens que Nashville. O foco aqui é em Los Angeles, mas não como a cidade do glamour e das estrelas, e sim nas partes mais afastadas e nas pessoas de classe média. Sinceramente, achei bem cansativo e pouco impactante. Como os personagens são gente como a gente, é mais difícil de entender o que o filme está tentando passar. Ou pelo menos foi o que eu achei. Avaliação: 3/5

2. Uma viagem ao mundo das fábulas (Tomm Moore, 2009)
Esse é um dos filmes que não faço ideia do motivo de não ter visto até agora. Vi até A canção do oceano antes, só por ter saído em um ano que estava vendo as animações do Oscar. Na verdade, o enredo de Uma viagem ao mundo das fábulas não me atraía muito — o monastério, a questão religiosa e a mitologia celta. Mas eu adorei o filme. O mérito maior é da animação, que é linda demais e me deixou praticamente de queixo caído o filme inteiro. Mas a história não é ruim, e conseguiu me prender durante o filme todo também. Avaliação: 4/5 
 
3. Mesmo se nada der certo (John Carney, 2013)
Esse filme foi bem hypado pela trilha sonora, todo o sucesso de Lost stars e tal. Demorei para ver por motivos de preguiça — e porque queria ver Apenas uma vez primeiro, já que sempre comparam os dois. Mesmo se nada der certo é um filme bonitinho, as músicas são gostosas de ouvir e tal, mas para ser sincera não achei tudo isso não. É um filme esquecível. E ainda achei que o roteiro trata mal a filha do personagem do Mark Ruffalo. Avaliação: 3,5/5
 
4. Imagine eu & você (Ol Parker, 2005)

Imagine uma comédia romântica clichê. Ela pode conter um casamento — no começo ou no final —, encontros por acidente entre o casal, momentos constrangedores, uma piada interna do casal que pode ser replicada no gesto final de convencimento do "eles viverão felizes para sempre", entre outros. Imagine eu & você tem tudo isso, mas também tem um casal formado por mulheres como protagonista, o que faz toda a diferença. Ou nem toda, mas dá uma simpatia a mais para o filme. Avaliação: 3/5
 
5. De olhos bem fechados (Stanley Kubrick, 1999)
Tudo que eu sabia sobre esse filme era que tinha o Tom Cruise e a Nicole Kidman no elenco, que era famoso pelas cenas de sexo e que tinha uma atmosfera onírica. O que descobri assistindo é que esses conhecimentos estavam corretos. E que o filme tem o baile de máscaras mais assustador da minha vida. Eu não sei descrever o gênero do filme, porque ele começa com um drama de casal e vira um thriller psicológico? Que ao mesmo tempo pode ser visto com tons cômicos? Eu não entendi bem o filme, e tudo bem, a experiência foi valiosa mesmo assim, algo bem diferente do que eu estava acostumada a ver. Avaliação: 3,5/5

6. Anticristo (Lars von Trier, 2009)
Outro visto para a faculdade e diferente do que costumo ver. Ou nem tanto, para falar a verdade, mas a fama da violência do filme me fez evitá-lo. Anticristo é explícito, mas menos do que eu esperava, e sei que Lars von Trier é uma persona non grata por vários motivos, mas por enquanto gostei dos filmes dele (esse e Melancolia, e pretendo ver Dançando no escuro um dia). No entanto, Anticristo não é um filme que eu teria vontade de ver novamente. Avaliação: 3,5/5

7. Ponto Final: Match Point (Woody Allen, 2005)
Eu sinceramente não sei bem o que pensar do filme. A história me prendeu, mas não me conquistou completamente. Os personagens são interessantes, mas é difícil de se identificar com eles (que bom!). Não é o melhor filme do Woody Allen e nem o pior. Acho que tenho dificuldade de gostar bastante dele fora do lado cômico. Avaliação: 3,5/5

8. Caindo na real (Ben Stiller, 1994)
Dirigido pelo Ben Stiller(!), o filme fala sobre os jovens de vinte e poucos dos anos 90. Apesar das diferenças óbvias — a tecnologia, a moda, algumas referências culturais —, dá para perceber que os dilemas da juventude não mudaram tanto, e muito do discurso aplicado à minha geração se encaixa perfeitamente nos jovens dos anos 90. Então foi bom ver Winona Ryder e cia. interpretando personagens que não fazem a menor ideia do que vão fazer da vida, que têm sonhos grandes e não sabem se devem correr atrás deles ou se manter nos empregos ruins, etc. Infelizmente ele foca um pouco mais no romance do que eu gostaria, mas faz parte. Avaliação: 3,5/5

9. Perdidos na noite (John Schlesinger, 1969)
Eu perdi o que tinha escrito sobre esse filme, outro que vi para a faculdade, mas me lembro de ter gostado bastante. A relação entre os dois protagonistas é bem interessante de se ver. Avaliação: 4/5

10. O rapaz e o monstro (Mamoru Hosoda, 2015)
A animação de Mamoru Hosoda, diretor de A garota que conquistou o tempo e Summer wars, traz a história de um garoto que se sente perdido após a morte da mãe, foge de casa e encontra uma fera que vê no humano uma possibilidade de discípulo. Como o rapaz e o monstro são esquentadinhos, eles não se dão bem no início, mas aos poucos o garoto aprende a lutar e se torna um bom aprendiz. A primeira metade do filme é bem divertida, e é interessante observar as diferenças entre o mundo humano e o mundo dos monstros. O final, no entanto, insiste em uma trama desnecessária para dar um tom mais épico. Avaliação: 3,5/5

11. Ela é o cara (Andy Fickman, 2006)
Eu adoro enredos forçados, então como não gostar de um filme em que uma menina se finge de menino, mais especificamente o irmão dela, e todos na escola acreditam, mesmo que o disfarce dela seja péssimo? Como se fosse só engrossar a voz, usar gírias de ~brothers~, cortar o cabelo e usar roupas masculinas para parecer homem... É claro que todas as confusões vindas do disfarce são ótimas, e a previsibilidade do enredo funciona em seu favor: a gente recebe exatamente o que estava esperando. Avaliação: 3,5/5

12. Bonnie e Clyde: uma rajada de balas (Arthur Penn, 1967)
E mais um para a aula. Embora a dupla de ladrões seja bem conhecida e sejam ícones da cultura pop, eu nunca teria pensado em ver o filme se não fosse pela faculdade. Bonnie e Clyde é um filme divertido, que nos faz torcer pelos ladrões graças às seus roubos. Avaliação: 4/5

13. Renegados até a última rajada (Robert Altman, 1974)
Para comparar com Bonnie e Clyde, a opção era esse filme. Os ladrões daqui são muito mais pobres e desglamourizados que a dupla famosa. É um filme interessante também, mas menos palatável aos meus gostos simples. Avaliação: 3,5/5

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Lendo a estante: A pessoa amada e Coisa de louco

A pessoa amada, CLAMP
Por que tenho: Minha irmã comprou há uns anos, junto com outro mangá, eu acho. Fiquei curiosa para ler algo mais cotidiano do CLAMP, sem elementos mágicos,
Por que li agora: A verdade é que logo que ela comprou eu já li várias histórias, mas porque não li de cabo a rabo os textinhos que vêm depois delas não marquei a leitura. Então só quis terminar oficialmente essa questão e riscar o livro da lista.
O que achei: O mangá é uma coleção de histórias curtinhas sobre amor que dão margem para as autoras refletirem sobre os temas abordados em seguida, em um textinho informal. É gostoso de ler, mas vale a pena mais pela arte do que pelas histórias e embora a história sobre a diferença de idade não seja tão absurda, eu ainda fico desconfiada com o CLAMP falando desse assunto, considerando a pedofilia que rola solta em Sakura Card Captors.
Avaliação: 3/5
 
Coisa de louco, John O'Farrell
Por que tenho: Conheci o livro no Skoob: vi a capa, achei que combinava com o estilo de livro que costumo ler e coloquei na lista. Acabei comprando na Bienal, naqueles estandes de livros a dez reais.
Por que li agora: O livro se encaixa naquela categoria "leve e fácil de ler", sempre desejada por mim.
O que achei: No início, achei toda essa história da Alice como mãe neurótica exagerada demais, sem ser engraçada, só patética. Com o desenrolar do enredo, as coisas ganham outro tom, mas a defesa da escola pública também é feita de modo forçado. Não sei, até entendo o que o autor queria fazer, mas é um público muito específico que ele está retratando e no início eu estava esperando algo um pouco mais realista e pé no chão, então esse conflito de expectativa x realidade acabou prejudicando minha leitura.
Avaliação: 3/5

domingo, 25 de outubro de 2020

Lendo a estante: contos de fadas, velhinhos mexicanos e mais contos de fadas

A câmara sangrenta e outras histórias
, Angela Carter

Por que tenho: Minha irmã ganhou de uma amiga.
Por que li agora: Porque deu vontade e era um dos livros que sorteei no início do ano na minha TBR Jar.
O que achei: Como todo livro de contos, tem alguns mais interessantes que outros. No geral, esperava algo mais impactante, já que a fama da Angela Carter é a de escritora de contos de fadas para adultos. Mas a verdade é que os contos de fadas originais já são violentos, então a autora só escolhe explicitar e brincar com alguns dos elementos que já estavam presentes nessas histórias, como a sexualidade. Meu conto favorito foi justamente A câmara sangrenta, o mais comprido e tenso.
Avaliação: 3/5
 
Te vendo um cachorro
, Juan Pablo Villalobos

Por que tenho: Eu e minha irmã gostamos bastante da obra do autor, então acompanhamos os lançamentos dele no Brasil. Esse a Lígia comprou na finada promoção do dia das mulheres na Saraiva, com um desconto de 50%.
Por que li agora: É um livro razoavelmente curto e fácil de ler. Gosto de variar a leitura de livros de gênero com outros considerados ~literários~, e esse se encaixa na segunda categoria sem ter aquele tom denso e pretensioso de outros livros da minha estante.
O que achei: Adoro narradores velhinhos rabugentos, como é o caso do narrador desse livro. Os moradores do prédio dele também são grandes figuras. O tom do livro é mais puxado para o cômico escrachado, mas tem umas pirações metalinguísticas também (e umas piadinhas com Adorno). Enfim, é uma leitura divertida.
Avaliação: 3,5/5
 
A escola do bem e do mal, Soman Chainani
Por que tenho: Ganhei o livro em um sorteio do finado blog Psychobooks.
Por que li agora: Atualmente tenho uma preguiça de livros mais fantásticos, então demorei um tempo para tirar o livro da estante, mas o fato de ser juvenil me deu a esperança de que seria uma leitura mais divertida.
O que achei: Em primeiro lugar, é preciso dizer que já li alguns livros de Ever After High, então parte do apelo da história de A escola do bem e do mal perde a graça porque já conheço uma história bem parecida de subversão de clichês de contos de fadas. E por já conhecer essa trama, não tive paciência para aguentar as protagonistas acreditando que houve um engano e que trocaram as escolas delas. Raven Queen e Apple White são muito melhores que Agatha e Sophie, até porque Ever After High é menos pretensioso que esse livro (porque o maior intuito de EAH é vender produtos, sejam livros, bonecas ou qualquer coisa que crianças desejem). Não é que A escola do bem e do mal seja uma leitura chata, mas eu passei tanta raiva com os personagens desse livro e com alguns caminhos que a história tomou que não sobraram muitos momentos para eu me divertir. Talvez eu gostasse mais do livro se eu tivesse lido quando criança, e não com meus vinte e seis anos de rabugice.
Avaliação: 2/5