sábado, 30 de junho de 2012

Before I Fall, Lauren Oliver

Before I Fall

Quando eu vi que o tema de junho era viagem no tempo, fiquei desanimada. Gosto de ficção científica, mas não o suficiente para ter que correr atrás de um livro (ou melhor, adoro distopias, mas não conheço ficção científica mais “típica”). Mas aí pensei: viagem no tempo não precisa ser necessariamente para outra época. Pode ser voltar sempre para o mesmo dia. Esse livro, então, se encaixou no tema.

Before I Fall é sobre Samantha, uma típica garota popular, com sua turminha de amigas, um namorado lindo… Não hesita em zoar os outros, matar aula… O mundo é só diversão. Até que ela sofre um acidente do carro e morre. E o dia seguinte é o dia da sua morte, assim como o próximo, e o outro… Samantha tem a chance de mudar as coisas, mas será que consegue?

No início, parece que o livro vai ser cansativo. Samantha demora para perceber que está fadada a viver o mesmo dia e comete os mesmo erros de novo, e de novo… Mas algo me fez continuar querendo ler, na esperança do que iria mudar. E essa curiosidade me fez não querer largar o livro.

Samantha é uma personagem muito bem desenvolvida. Ela começa como uma menina malvada, mas aos poucos vai aprendendo a fazer a coisa certa (embora a burrice dela às vezes tenha enchido o saco, quando ela sabe que tem que mudar as coisas mas tenta mudar do jeito errado, achando que vai ajudar). A sua relação com os outros personagens, como sua irmã e Lindsay, é extremamente real. Sim, você sabe que ela e as amigas são más. Mas elas não são só isso. Os seus problemas não são apenas ter borrado a maquiagem ou o cara não ter ligado. Há profundidade nos personagens.

O único problema do livro é o tom de auto-ajuda. Há uma grande lição, principalmente sobre bullying, que é passada de forma explícita. Eu não consigo entender esse hábito de achar que leitor de YA não consegue tirar suas próprias conclusões (ok, eu entendo. Mas discordo!). Nesse caso eu até entendo, a Sam tinha que mostrar que mudou e o que aprendeu, já que a narração é em primeira pessoa. Mesmo assim ficou uma história lição-de-vida demais. Não que eu discorde da lição, só achei muito explícito…

Apesar disso, adorei o livro. É desses que você não quer largar e mostra que YA não é só futilidade.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Extremely Loud & Incredibly Close, Jonathan Safran Foer

Extremely Loud and Incredibly Close

Novamente (e pelo que espero que seja a última vez) a resenha do Desafio Literário vem atrasada. O livro é Extremely loud & incredibly close, do Jonathan Safran Foer.

Eu não lembro de onde veio a vontade de ler esse livro, mas tenho a impressão de que veio pela capa. Estava passando na Livraria Cultura na parte de livros em inglês e gostei bastante da capa (como quase de todas as capas de livros em inglês…), da sinopse e tal. Aí dei esse livro e Everything is illuminated, do mesmo autor, para a minha irmã de aniversário (e saiu muito barato, menos de quarenta reais pelos dois). Minha irmã leu, adorou os dois, mas o fato dos livros serem em inglês me dava muita preguiça. Até que o Desafio Literário me deu um empurrão para lê-lo.

Bom, o livro é sobre Oskar, um garoto de nove anos cujo pai morreu no 11 de setembro. O menino acha uma chave nos pertences do pai um dia e quer descobrir o que ela abre, numa busca para se aproximar da memória de seu pai. Temos também a trágica história dos avós de Oskar, que envolve a segunda guerra mundial.

Comecei o livro com altas expectativas (daquelas que você não quer ter para não se decepcionar, mas também não pode evitar), e não saí desapontada. Tá, talvez um pouquinho. A leitura começou bem, acabou ficando parada lá pelo meio devido à falta de tempo, e terminou emocionante.

Mas emocionante não pelo motivo que eu esperava. Eu não sabia que a história ia tratar dos avós de Oskar, e foi essa parte que me emocionou mais (apesar da minha parte chata continuar gritando que a história deles é extremamente irreal. Extremamente irreal e incrivelmente tocante, então tudo bem). A história do Oskar em si, não sei, achei mais chatinha. A narração dele chegou a me irritar em alguns momentos, com a repetição de expressões, por exemplo. O estranho é que eu sempre gostei de livros narrados por crianças (como Quarto). Talvez o que tenha me deixado cansada dessa narração foi ter lido The perks of being a wallflower ao mesmo tempo. Dois livros sobre jovens problemáticos acabaram sendo demais juntos.

Enfim, o livro é muito bom e eu só não recomendo para quem não tiver paciência com narradores infantis. Pretendo ler Everything is illuminated assim que possível.