quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Patinação: Grand Prix, um resumo e previsões do final

Olá. Vocês esperavam que o blog de repente mudasse o foco de literatura para patinação no gelo? Eu não esperava. Mas o mundo traz muitas surpresas, assim como os resultados desse Grand Prix. A ideia é fazer uma recapitulação completamente parcial do que aconteceu e depois falar sobre o Grand Prix Final, que começa amanhã. Então vamos lá!

Rostelecom Cup
O primeiro Grand Prix do ano foi provavelmente o menos surpreendente, o início que não trouxe nenhuma dose exagerada de estranhamento. No masculino, quem a gente esperava ficou no pódio, ainda que não necessariamente na ordem prevista — eu acreditei no ouro de Yuzuru, ainda que a regra seja a de que ele nunca ganha o primeiro GP do ano. Em pares e em dança, a Rússia mostrou a sua dominação, mesmo que não tenha conseguido impedir o ouro dos Shibutani. A maioria dos programas aqui foi vista pela primeira ou segunda vez, e é difícil julgá-los desse jeito: é preciso um pouco de tempo para eles crescerem, embora às vezes meu gosto dependa simplesmente do meu humor na hora. A Rostelecom Cup consolidou minha apreciação pelo programa curto do Nathan, provavelmente meu curto favorito do masculino nessa temporada, pelos dois programas da Wakaba e pela dança curta de Gilles e Poirier — queria amar a dança livre também mas me parece vazia demais. Continuei sem me apaixonar pelos programas da Carolina, uma pena, e o resto eu esqueci ou não é digno de nota. É isso o que dá escrever semanas depois do acontecido...

Quando tudo ainda parecia normal (fonte)

Skate Canada
É aqui, diz o povo, que tudo começou a desandar. Patrick Chan ficou em 4º no GP que é praticamente dele e o painel técnico do feminino decidiu que 45897 dos saltos foram under-rotated. Nesse Grand Prix, os pares eram a categoria mais interessante e fizeram uma competição forte, com um pódio todo formado por possíveis medalhistas olímpicos. Eu não gosto tantos dos programas desse ano de Savchenko/Massot e de James/Cipres comparando com os do ano passado, mas fico feliz com o esforço coreográficos desses times, que desenvolvem um estilo próprio em seus programas. Peng/Jin não tiveram tanto espaço para brilhar com essa competição, mas gosto bastante deles e dos seus programas e acho que eles têm muito potencial. 
No masculino, Shoma ganhou o ouro com falhas, mas sua pontuação foi a mais alta de todos os GPs do ano e eu aprendi a gostar um pouquinho mais dos seus programas, ainda que não o suficiente para não continuar decepcionada. Jason Brown fez seu trabalho para ficar com a prata e Samarin aproveitou a queda de Patrick para entrar no pódio, usando seus saltos difíceis como trunfo e apresentando programas tipicamente russos — ou seja: com pouca coreografia, cortes musicais estranhos e roupas feias. Mura teve performances fraquíssimas que o deixaram em último lugar e trouxeram dúvidas se ele ainda tem chances de ficar com a terceira vaga do Japão nas Olimpíadas. Ele também abandonou o SP moderninho ao som de "Too close" e retornou para o flamenco do ano passado, para a minha tristeza.

A única queda de Patrick Chan que queríamos ter visto (fonte)

No feminino, Kaetlyn não fez mais que a obrigação ao ganhar, com um curto limpo e um longo atrapalhado, como é típico dela. Sotskova fez o que precisava para garantir a prata e Ashley foi um tanto decepcionante, mas conseguiu o terceiro lugar. Marin Honda não teve a estreia que ela e seus fãs desejavam, mas dá para dizer que o Turandot dela foi o destaque entre os programas longos do feminino. Anna Pogorilaya parecia ter voltado à sua boa forma quando ficou em segundo no programa curto, mas teve um longo sofrido e difícil de assistir, desistindo mais tarde de participar do seu outro GP por estar machucada, uma pena e melhoras para ela! 
Na dança, Tessa e Scott obviamente ficaram no topo, e talvez a influência canadense foi o que deixou Weaver e Poje na frente de Hubbell e Donohue. Foram várias performances sólidas, que fortaleceram a ideia de que dança está muito competitiva nessa temporada, além de ser interessante ver a variedade dos programas — diferente do ano passado, em que o estilo mais lírico a la Papadakis/Cizeron reinava. 

Cup of China
O primeiro dos GPs com horários ingratos para nós, mas surpreendentemente até que deu para assistir bastante, e só perdi a dança ao vivo em favor do meu bom sono. A Cup of China é popularmente conhecida como Cup of Disasters, mas até que o desastre não foi tãão grande comparando com as competições seguintes.
A categoria desastrosa, como sempre, foi o masculino. Boyang fracassou na tentativa de finalmente ganhar um GP, mas pelo menos conseguiu a prata. Javier acabou com um problema no estômago e o pódio que parecia tão fácil de alcançar deu espaço para um amargo sexto lugar. Quem aproveitou a oportunidade foi Kolyada, que fez um belo quádruplo lutz no programa curto e bateu os 100 pontos (e depois flopou no longo como esperado). O bronze ficou com Max Aaron e o quarto lugar com Vincent Zhou, mostrando que a disputa pelas vagas americanas pode ser menos previsível do que o esperado. Keiji fez um programa curto limpo(!) e depois acabou caindo antes de fazer um dos saltos no programa longo. Uma pena, mas ele conseguiu um personal best no curto e pareceu estar em boa forma para quem estava machucado há pouco tempo. Han Yan mostrou que está recuperado após os problemas no ombro e fez performances medianas para boas, ficando com o quinto lugar. Eu amo o fato de que o programa curto dele é de "A thousand years", ele realmente é o Edward Cullen.

A melhor gala entre os Grand Prix (fonte)

Nos pares e na dança, não tivemos muitas surpresas: Sui e Han ficaram com o ouro, com boas performances, mas os programas não são tão marcantes quanto os da temporada passada. Yu/Zhang terminaram com a prata e Moore-Towers/Marinaro com o bronze. Na dança, Papadakis/Cizeron bateram recordes, com mais de 200 pontos, e Chock/Bates ficaram acima de Bobrova/Soloviev. Nenhum deles tem programas que eu amo, mas os longos são agradáveis de assistir e provavelmente vou gostar mais da Sonata ao luar dos franceses com o tempo, como aconteceu com outros programas deles.
A categoria feminina foi a mais empolgante aqui, com a novata Zagitova garantindo seu ouro e três japonesas duelando entre si. Wakaba se saiu melhor, com dois programas limpos. Mai Mihara ficou o quarto lugar, embora talvez merecesse o bronze, e Marin ficou em quinto. As duas são simpáticas, mas Wakaba me encanta bem mais. Radionova ficou com o bronze e Gabrielle Daleman perdeu a liderança no programa curto após fazer um longo fraco e terminou em sexto lugar.
 
Um bom kiss and cry, oferecimento de Marin Honda (fonte)

NHK Trophy
Drama. Se o Skate Canada é o GP do Patrick, o NHK é o do Yuzuru, certo? E ele estava pronto para ganhar, ainda mais com a desistência do seu maior concorrente, Patrick, por motivos que até agora não foram bem explicados (cansaço, falta de vontade para viajar e competir, algum machucado misterioso?). Até que Yuzuru caiu em um quádruplo lutz durante o treino e se machucou. Ele teve que desistir da competição, e após vencer quatro vezes o GPF, dessa vez nem pôde se qualificar. Então tivemos um pódio improvável e velho, com Voronov ganhando, Adam Rippon em segundo lugar, com uma performance maravilhosa do seu programa longo, e Bychenko em terceiro, mostrando o poder dos tiozões. Jason decepcionou e ficou em quarto e Kazuki Tomono, chamado para substituir Daisuke Murakami, fez uma boa estreia no GP sênior, ficando em sétimo lugar.

Também fiquei assim depois da sua performance, Adam (fonte)

Na categoria feminina, não tivemos grandes surpresas. Evgenia ganhou, ainda que caindo, e os boatos de que estava machucada já foram confirmados. Ela teve que desistir da sua participação no GPF, e melhoras para ela! Carolina ficou em segundo e Polina Tsurskaya conseguiu o bronze. Será que o pódio do nacional russo será composto só por garotas treinadas pela Eteri? É bem possível.
Os horários péssimos me impediram de ver os pares ao vivo, e acabei nem tendo vontade de acompanhar tudo pelo Youtube depois, visto que já conhecia a maioria dos programas apresentados. Mas vi o programa de Sui e Han que bateu o recorde e parabéns para eles! Ainda acho uma escolha não tão boa, mas entendo o raciocínio por trás dela e é bem capaz que eles tenham seu próprio momento olímpico de glória com Turandot.

Depois de bater um recorde já pode trocar de parceiro? (fonte)

Também não vi a dança curta porque, convenhamos, dá para passar sem essa. A dança livre, no entanto, foi muito legal e foi um dos momentos em que eu estava toda animada e pensando "eu amo patinação". Gosto bastante dos programas dos dinamarqueses Fournier Beaudry/Sorensen e dos japoneses Muramoto/Reed. Coomes/Buckland não tiveram o retorno ao GP que esperavam, e apesar de eu gostar de alguns levantamentos deles acho o programa em si um pouco sem graça.

Internationaux de France
A França é conhecida pelos seus GPs com problemas estruturais, e dessa vez não foi tão diferente. Há quem diga que foi um desastre (muitas quedas provavelmente devido ao gelo ruim, uma falha técnica no sistema de pontuação na hora de dar a nota dos italianos Della Monica/Guarise, um 0,25 suspeito nos protocolos de Weaver/Poje, e, bom, as estrelas em vez de medalhas), mas quem estava lá garante que não foi tão desorganizado assim, e muitos dos problemas nem devem ser culpa da organização.

E os vencedores das maiores estrelas são... (fonte)

Nessa altura, já estavam sendo delineados os participantes do GPF. Zagitova confirmou seu favoritismo, entregando outro programa curto com uma performance bagunçada para corrigir no longo sem falhas, e Kaetlyn Osmond sofreu no longo, mas conseguiu um bronze. Quem se deu bem, de novo, foi Maria Sotskova, que ficou com a prata e outra classificação para o GPF. Yuna Shiraiwa foi a única a fazer uma performance completamente limpa no programa curto, mas uma queda no longo a tirou de um possível pódio. Mai Mihara e Elizabet Tursynbaeva conseguiram apresentar programas longos limpos, e ficaram respectivamente em quarto e quinto lugar, um resultado talvez decepcionante para a japonesa, que era vista por muitos como a favorita para uma das vagas olímpicas do Japão mas não conseguiu se classificar para o GPF, com dois quartos lugares, mas bom para a garota do Cazaquistão, que bateu a marca dos 200 pontos no total.
No masculino, Javier mostrou que o desastre da Cup of China foi apenas uma pequena mancha no currículo, e fez uma ótima apresentação do programa curto e um longo meio ruim, mas dentro do esperado. Shoma também flopou no longo, o que era previsto por todos os boatos que diziam que ele ficou doente após o Skate Canada e não teve muito tempo de treino. Misha Ge mostrou que nem só de quádruplos se fazem os campeões e conseguiu sua primeira medalha no Grand Prix, um respeitável bronze ou a menor estrela azul. Queria amar tanto os programas dele quanto o resto do mundo; eu gosto bastante do longo normalmente, mas não aprendi a apreciar o curto e gostaria que ele seguisse outro caminho que não o clássico em algum dos programas. Mas se o clássico ajuda nas notas dos juízes e na consistência dele, não há o que fazer, né? Vincent sofreu nesse GP e mostrou que talvez não esteja tão preparado para fazer 13092 quádruplos como algumas pessoas gostariam. Kevin Aymoz mostrou seus programas novos, e apesar da sua técnica de saltos não ser das melhores, vejo muita qualidade na parte artística dele, que é capaz de interpretar a música com bastante naturalidade.

Quando você sabe que arrasou (fonte)

Tarasova/Morozov mostraram sua força ao ficar em primeiro, ainda que seus erros no longo deixaram a dúvida se o ouro foi mesmo merecido em relação aos franceses James/Cipres, favoritos dos fãs. Peng/Jin sofreram de novo, ficando em quinto lugar, e os italianos Della Monica/Guarise, que tiveram que esperar muito tempo pela sua nota, conseguiram um respeitável bronze ou a menor estrela verde.
Na dança, Papadakis/Cizeron bateram seu próprio recorde, consolidando a ideia de que a disputa entre eles e Tessa e Scott não será tão previsível. Weaver e Poje tiveram problemas nos twizzles e terminaram em quarto e fora do GPF, o que talvez seja uma boa considerando que ambos disseram estar com problemas de saúde. Chock/Bates então tiveram espaço para outro segundo lugar, e Stepanova/Bukin repetiram também o seu bronze.

Skate America
O que dizer dessa competição, que fez todos os GPs anteriores parecerem muito bons e sem desastres? Além de todas as desistências e substituições antes do Skate America começar, três pessoas desistiram durante a competição, duas delas durante os próprios programas, e encaramos diretamente a face mais trágica da patinação: a dor. Mas nem só de coisas ruins se faz um GP — embora há quem diga o contrário — e o Skate America também trouxe surpresas boas. 
No feminino, as japonesas Satoko Miyahara e Kaori Sakamoto terminaram no pódio com programas limpos, e tivemos uma competição, o programa livre, sem quedas, ainda que com pops, aterrissagens ruins e a desistência de Ashley no meio do seu programa. Polêmicas de pontuações e under-rotations à parte, foi bom ver algumas garotas mostrando que, favoritas ou não, vão dão seu máximo nas suas apresentações. Dito isso, é notável a diferença na qualidade de interpretação entre Satoko e o resto, a maioria delas júnior há uma ou duas temporadas. Ainda que eu não ame até agora os programas da japonesa e às vezes me incomode com seus saltos baixos, só o movimento dos braços dela é mais elegante e musical do que toda a expressão corporal inteira de várias garotas. Kaori tem belos saltos, e gosto mais do programa livre ao som de O fabuloso destino de Amélie Poulain do que muita gente, talvez mais devido à música do que ao programa em si, mas ainda falta um tanto de amadurecimento para chegar ao topo. Bradie Tennell confirmou a impressão de que pode sim entrar na equipe olímpica dos Estados Unidos, com um bronze aqui, performances limpas e a maior nota entre todas as americanas nos Grand Prix. Ela não seria uma concorrente tão forte a ponto de esperar por uma medalha olímpica como talvez as outras tenham alguma chance, mas sua consistência também poderia ser a chave para barrar desastres maiores. Não é a minha torcida, mas segue a vida... 

Adoro ver patinadores felizes (fonte)

No masculino, Nathan fez o suficiente para conseguir o ouro, e foi o único homem que conseguiu o primeiro lugar em seus dois GPs. Adam conseguiu a prata e a classificação para o GPF após deslocar o seu ombro durante o programa longo e nos trazer uma sensação de déjà vu após o machucado de Samohin (melhoras para os dois!). Voronov também se classificou para o GPF, assim como Boyang, que infelizmente teve que ficar em casa por causa de suas lesões (melhoras!). Han Yan ficou novamente em quinto, e os três homens canadenses decepcionaram, deixando claro que qualquer coisa pode acontecer nos nacionais.
Na dança, os Shibutani e Cappellini/Lanotte confirmaram seu favoritismo, e o bronze ficou com os russos Sinitsina/Katsalapov, mostrando que algo não está funcionando nos programas de Gilles/Poirier aos olhos dos juízes — eu continuo gostando do curto e achando o longo entediante em alguns momentos. Foi uma competição com duplas fortes e conhecidas, mas por algum motivo não consegui aproveitar tanto.
Nos pares, Savchenko/Massot tiraram o thrown triple axel do programa e foram mais consistentes, e problemas na execução de Duhamel/Radford deixaram a prata com Yu/Zhang, que ainda aproveitaram para fazer programas limpos no caminho. Esse pódio estará todo no GPF, e veremos como as coisas serão em Nagoya.

Grand Prix Final
Não dá para falar muito do que ainda não aconteceu, então vou focar nas minhas previsões e no que eu queria que acontecesse. Até gostaria de escrever sobre o júnior, mas já ocupei espaço demais falando abobrinhas.

Masculino
Previsão: 
1. Shoma Uno — porque os erros dele podem ser menos custosos que os do Nathan. Mas ele está sob maior pressão também, então não dá para saber.
2. Nathan Chen — será que ele já resolveu os problemas com os patins?
3. Mikhail Kolyada — é o que tem maior chance dada a pontuação técnica, e dependendo dos erros alheios pode até subir mais no pódio, mas será que ele consegue ser limpo?
4. Adam Rippon — deve estar confiante após as duas pratas, mas o deslocamento no ombro pode ter atrapalhado seus planos.
5. Sergei Voronov — pareceu razoavelmente consistente nas últimas competições, mas pode ter o menor PCS de todos.
6. Jason Brown — não acho que ele tenha muito mais chance que Adam e Sergei de ficar em último, mas dado o fato de ele ter sido chamado para substituir Boyang, vou supor que sua preparação foi menor.

Sonho:
1. Shoma/Nathan  — seria legal ver o Shoma ganhando na cidade dele, mas honestamente já não torço tanto para ele. O Nathan tem programas mais legais, então seria bom ele ter um reconhecimento disso, visto que eu não o quero no pódio das Olimpíadas, risos.
2. Shoma/Nathan
3. Adam — eu só não ponho o Adam em primeiro porque isso significaria que Nathan e Shoma floparam muito, mas estou aceitando qualquer lugar no pódio para ele sim.
4. Mikhail — até gosto do programa curto dele e adoraria vê-lo fazendo pelo menos um quádruplo lutz limpo no GPF.
5. Jason/Sergei — eu gosto mais do Jason, mas poderia deixar o Sergei acima pela sua consistência.
6. Jason/Sergei

Feminino
Previsão:
1. Alina Zagitova — pela pontuação técnica. Resta saber se os nervos dela aguentarão a pressão, ainda mais depois da questão dos atletas russos nas Olimpíadas.
2. Carolina Kostner — já provou que pode ir para o pódio mesmo com erros, dado o seu PCS.
3. Satoko Miyahara — se tiver as mesmas performances do Skate America, tem boas chances de pódio, porém depende do desempenho das outras e do painel técnico.
4. Kaetlyn Osmond — não dá para prever o desempenho da Kaetlyn, que pode ganhar ouro se for limpa e ficar em último se apresentar um longo desastroso.
5. Wakaba Higuchi — se tiver a mesma consistência das outras competições na temporada, pode ficar acima também.
6. Maria Sotskova — é a mais dependente do resto, já que normalmente é consistente mas não tem PCS muito alto nem grandes GOEs nos saltos.

Sonho:
1. Wakaba — eu finalmente tenho uma favorita no feminino!
2. Satoko — seria bom ver Satoko mantendo a consistência no pódio do GPF.
3. Kaetlyn — eu sinto que meio mundo a odeia, mas gosto dos seus saltos e do seu programa curto.
4. Maria Sotskova — uma boa posição no GPF a deixaria mais favorável como a terceira russa para participar das Olimpíadas, mas não sei se ainda dá para discutir do mesmo jeito o time olímpico russo.
5. Carolina Kostner — não tenho opinião formada.
6. Alina Zagitova — vê-la em último de verdade seria triste, mas é de quem eu menos gosto.

Pares
Previsão:
1. Sui/Han — e espero que batam mais uns recordes no meio do caminho.
2. Tarasova/Morozov — parecem ser consistentes.
3. Savchenko/Massot — talvez fiquem melhores após voltar ao programa curto da temporada passada.
4. Duhamel/Radford — também podem estar no pódio facilmente.
5. Yu/Zhang — dependem um pouco dos erros alheios mesmo se forem limpos.
6. Stolbova/Klimov — não sou capaz de opinar.

Sonho:
1. Sui/Han
2. Savchenko/Massot
3. Yu/Zhang
4. Stolbova/Klimov
5. Tarasova/Morozov — eles têm bons elementos, só que os programas são ruins.
6. Duhamel/Radford — eu gosto do Eric fora do gelo e não odeio a Meagan como meio mundo, mas os dois juntos no gelo não têm muita personalidade.

Dança
Previsão:
1. Virtue/Moir — sei que P/C tiveram pontuações melhores nos Grand Prix, mas não sei quem vai ganhar quando as duplas estiverem na mesma competição.
2. Papadakis/Cizeron
3. Shibutani/Shibutani — tiveram pontuações mais altas que quem está abaixo deles nas minhas previsões, mas não sei se estão tão sólidos como bronze.
4. Hubbell/Donohue — talvez tenham a chance de um terceiro lugar? Veremos.
5. Chock/Bates — só coloquei acima de C/L porque supostamente os italianos são piores em atingir os níveis, mas não faço ideia do que estou falando.
6. Cappellini/Lanotte

Sonho:
1. Papadakis/Cizeron — podiam ter notas menores na dança curta, mas...
2. Shibutani/Shibutani — ainda prefiro Fix you, mas...
3. Virtue/Moir ou Hubbell/Donohue — não sei o quanto eu gosto de V/M, e até gosto dos programas de H/D, mas...
4. Virtue/Moir ou Hubbel/Donohue
5. Chock/Bates
6. Cappellini/Lanotte — eu não gosto muito deles. Pronto, falei.

Depois de escrever tudo isso fiquei até cansada. E é bom dormir cedo, porque nos próximos dias vou acordar cedo e viver as milhares de emoções do Grand Prix Final!

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Os (realmente não tão) últimos filmes que eu vi #21

1- Divertida mente (Pete Docter e Ronnie Del Carmen, 2015)
Comentei sobre o filme aqui. Avaliação: 3,75/5

2- O substituto (Tony Kaye, 2011)
Esse filme estava há muito tempo na minha lista porque gosto de histórias sobre professores e vou com a cara do Adrien Brody. O substituto é menos convencional do que eu esperava, embora em outros aspectos seja bem tradicional, e ainda não sei o que pensar do protagonista. A escola na qual ele é substituto não vai bem, cheia de alunos problemáticos, mas ele consegue fazê-los prestar atenção. Mas não é um filme sobre como um professor salvou a escola ou algo do tipo, e inclusive o tom do protagonista é um tanto niilista. Além disso, outras esferas da vida dele são exploradas, como a família e seu relacionamento com uma jovem que encontrou na rua. Avaliação: 3,5/5

3- Brooklyn (John Crowley, 2015) 
Comentei sobre o filme aqui. Avaliação: 3/5 

4- Apenas uma vez (John Carney, 2007) 
Finalmente vi esse filme, também conhecido como o filme da música "Falling slowly", que as pessoas sempre cantavam no The Voice ou no American Idol. A história é um garoto encontra garota, mas embora haja amor envolvido, o foco é a música — e a trilha sonora é bem legal. O filme tem uma hora e meia e passa bem rápido. Não me marcou particularmente, mas como bastante gente se emociona assistindo fica a recomendação. Avaliação: 3,75/5

5- O quarto de Jack (Lenny Abrahamson, 2015)
Comentei sobre o filme aqui. Avaliação: 4/5 

6- O Grande Hotel Budapeste (Wes Anderson, 2014)
Gosto dos filmes do Wes Anderson, mas também não sou apaixonada. O Grande Hotel Budapeste segui esse caminho também. É um filme excêntrico, com personagens curiosos, cenários bonitos e uma história pitoresca. É bem divertido de assistir, mas não faz meu coração bater mais forte, sabe? Faltou alguma coisa para isso, algo que me fizesse arredondar a nota para cima. Talvez seja questão de expectativa, tanta gente amou e eu acabei esperando mais por causa disso. Quem sabe se fosse meu primeiro filme do diretor a experiência fosse outra. Avaliação: 3,75/5

7- Apenas duas noites (Max Nichols, 2014) 
Queria ver esse filme porque gosto da Analeigh Tipton e do Miles Teller. É uma comédia romântica com um enredo bem simples: o casal fica junto por uma noite logo após de se conhecer e na manhã seguinte eles não podem sair de casa por causa de uma nevasca, então são obrigados a conviver por mais tempo do que pretendiam. É aquela coisa de homem e mulher que não querem lidar um com o outro, momentos constrangedores, gente falando besteira, mas sempre com alguma química. Completamente clichê, mas funciona bem, então por que não? Os dois personagens são meio babacas, ele bem mais que ela, mas torci para eles ficarem juntos. E meio que me identifiquei com a relação do personagem do Miles Teller com o campo profissional e fiquei chocada com o fato de que agora sou adulta o suficiente para até que entender essas coisas(!). Avaliação: 3,5/5

8- Digimon Adventure tri. Ketsui (Keitaro Motonaga, 2016)
Sim, eu insisto no erro até o fim. Depois de não ter gostado muito do primeiro, é claro que fui correndo ver o segundo Digimon tri. quando lançou, porque a curiosidade estava me matando e esses revivals são o tipo de coisa que a gente precisa ter uma opinião a respeito, mesmo que seja para falar mal. Bom, eu gostei mais desse do que do primeiro, porque ele tem mais cenas cotidianas e clichês típicas de animes como a ida na casa de banhos e o festival escolar. Eu honestamente não dou a mínima para as lutas e para a parte de ação. O filme foca mais nos dilemas de Mimi e Joe, que apesar de serem pouco aprofundados, são mais críveis do que os de Tai e a famigerada cena do celular quebrando. O enredo mais importante, sobre a questão digital, só se desenvolve lá no final, bem rapidamente, mas eu também não ligo para isso — é apenas uma crítica quando ao ritmo. Enfim, é bom? Não. Mas melhorou em relação ao primeiro. Aguardemos os próximos capítulos (spoilers: são ruins). Avaliação: 3/5

9- Parceiras eternas (Susanna Fogel, 2014)
Outro sobre jovens de vinte e tantos anos, no caso quase trinta, e com atores legais: temos Blair Waldorf e Seth Cohen no elenco! Mas no filme a Blair, quer dizer, a Leighton, interpreta uma personagem lésbica. Ela tem uma BFF hétero que começa a namorar com o personagem do Seth Adam Brody e por causa disso a amizade das duas garotas começa a sofrer. Achei interessante a diferença de perfil das duas mulheres — uma delas é uma advogada bem sucedida, a outra está investindo na carreira musical e tem o emprego de recepcionista para pagar as contas. É um filme simpático e sincero, que me sentir e pensar sobre a vida. Objetivamente, não sei explicar porque gostei tanto: o filme é clichê, o destino da personagem da Leighton podia ter sido melhor explicado, etc., mas às vezes a gente não precisa ficar procurando motivos racionais e deve aceitar os sentimentos. É um filme que me fez bem, e isso é mais que o suficiente. Avaliação: 4/5

10- Força maior (Ruben Östlund, 2014)
Eu provavelmente conheci esse filme por alguma crítica no jornal, achei interessante o mote — o relacionamento de um casal desanda depois que o homem foge de uma avalanche sem se preocupar com a mulher e com os filhos — e coloquei na lista para ver. É um filme que traz bastante reflexão, sobre papéis de gênero e a contemporaneidade, sobre relacionamentos e sobre a Europa, porque é sobre gente rica que passa as férias num resort de ski, e o diretor deixa bem claro o quanto eles são ricos de dinheiro e pobres de espírito. Além dessas discussões, o filme é visualmente bem impactante, com tomadas de montanhas, da imensidão da neve e de coisas que não identifiquei porque não sei como funciona um resort de ski. Para resumir, Força maior é um desses filmes europeus que me fez me sentir inteligente porque entendo parte do que ele está querendo dizer, e não é mais do mesmo em questões artísticas. Avaliação: 4/5