quarta-feira, 30 de maio de 2012

Meninos Sem Pátria, Luiz Puntel

Meninos sem Pátria Maio, mês dos fatos históricos. Admito que, diferente da maioria das pessoas, não ligo tanto para esse tema. Gosto mais de literatura contemporânea, e de preferência com cenários atuais. O que não significa que eu não ligue para temas históricos, mas enfim…

O primeiro livro que eu terminei este mês foi Meninos sem pátria. Sim, um livro da coleção Vaga-lume. Ele sempre esteve em casa e eu — não sei bem o motivo — nunca havia o lido. Aproveitando o tema do mês, decidi lê-lo.

O livro conta a história de Marcão, filho de um jornalista perseguido por questões políticas. Nos tempos de ditadura, Marcão e sua família tem que ir para o Chile e, devido ao golpe militar chileno, para a França. Lá eles continuam com suas vidas: Marcão tem que ir para a escola, fazer novos amigos, o pai tem que trabalhar… O que se perde da pátria nessa vida de exílio?

É uma leitura rápida e bonitinha para quem já passou da idade. Um livro típico da coleção Vaga-lume, uma história simples, com um pano de fundo histórico interessante e educativa. Beeeeem educativa. Sim, é óbvio que uma história sobre a ditadura tem que ser educativa. Em algum ponto. Não precisa ficar escancarando dados sobre o Brasil por aí, como se fossem realmente parte da história… Isso deve ser bom para uma criança, aprender de uma forma divertida, mas para quem já sabe acaba ficando meio irritante.

Portanto, Meninos sem pátria é um bom livro infanto-juvenil. Não me chamou especial atenção e muito menos me emocionou, mas posso ser exceção.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Entre Assassinatos, Aravind Adiga

Entre Assassinatos

Ao subir o Morro do Farol naquele dia, fazendo força para levar o carrinho pela ladeira, Chenayya não sentiu a exultação de sempre. Não estou realmente avançando, pensou. Cada volta da roda o desfazia e o freava. A cada pedalada estava fazendo a roda da vida girar para trás, esmagando músculos e fibras, transformando-os na polpa de que eram feitos no útero de sua mãe; Chenayya estava se desfazendo.

(Entre assassinatos, p. 188)

Entre assassinatos é a minha segunda resenha do mês passado, de autores orientais. Pelo visto, estou me acostumando a deixar tudo atrasado, porque com o tema de fatos históricos talvez não seja diferente. Na verdade, eu terminei de ler Entre assassinatos há um bom tempo, mas só tive saco/tempo para escrever a resenha agora.

O livro é formado por quatorze histórias que se passam no mesmo cenário: a cidade fictícia de Kittur. Aos poucos, vamos sendo apresentados aos principais elementos da cidade, como o Morro do Farol, o Angel Talkies… Apesar da cidade ser fictícia, ela se localiza na Índia, portanto há diversos elementos culturais do livro.

A visão do livro sobre a Índia é a de um país problemático, corrupto, cheio de desigualdade social (as castas que o digam)… Em certos aspectos lembra bastante a visão que muita gente tem do Brasil. O estilo do autor é sarcástico e mordaz, assim como no livro que eu já tinha lido dele, O Tigre Branco.

No início, eu demorei para entender um pouco as diferenças culturais da Índia em relação à diversidade cultural e religiosa, então eu demorei para pegar o “espírito” das histórias. Mas eu acabei me acostumando e apreciando mais conforme eu lia.

Enfim, recomendo o livro para quem quer uma visão desromantizada da Índia.