quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A vingança da Cagliostro, Maurice Leblanc

A Vingança da Cagliostro

Li A vingança da Cagliostro para o Desafio de agosto. Não sabia se Grotescas iria contar, então peguei este na biblioteca para garantir. Como não tinha lido nada do Arsène Lupin antes, quis experimentar.

O livro é sobre Arsène Lupin, um ladrão um tanto peculiar. Nesse livro, ele vai atrás de um senhor para roubar o dinheiro dele e acaba se envolvendo em outro crime, desta vez praticamente como detetive. E o resto da história eu não vou contar porque perde a graça.

O livro é um romance policial e se parece bastante com outros romances policiais, como os de Conan Doyle e Agatha Christie. O que considerei acima da média foi o personagem principal. Lupin é mais carismático que a maioria dos detetives e eu gosto dessa relação ladrão/detetive que ele tem.

Foi uma leitura rápida e divertida. Fiquei com vontade de ler mais livros do Lupin.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Grotescas, Natsuo Kirino

Grotescas
Esse é o primeiro livro que eu leio da Natsuo Kirino. Já ouvi falar bastante dos outros livros dela e Grotescas não parece fugir do padrão da autora.

O enredo é um pouco complicado para explicar, mas é basicamente isso: duas prostitutas, Yuriko e Kazue, são assassinadas em diferentes momentos, supostamente pela mesma pessoa. Elas se conheciam, pois tinham estudado no mesmo colégio, e Kazue era colega da irmã de Yuriko. É a irmã de Yuriko, não nomeada no livro, que narra a maior parte, explicando a história delas, o seu relacionamento conturbado com a irmã, a vida escolar no colégio onde há claramente separações entre as incluídas e as excluídas, o julgamento do assassino… Há outras vozes: diários das assassinadas e o depoimento do criminoso, mas tudo é ligado com o relato da irmã.

Não é um livro tão policial quanto parece ser, o foco é na monstruosidade da sociedade e, como reflexo disso, dos personagens. Não há personagens bonzinhos, todos são maus, egoístas e em geral tem uma visão um tanto deturpada deles mesmos. Ao mesmo tempo em que isso dá um trato mais realista ao livro, já que os personagens são sinceros e têm falhas, é também exagero, e em muitos momentos eu me perguntei se era possível existir pessoas daquele jeito. Mas, como o título já diz, a ideia é que os personagens sejam grotescos mesmo.

Uma parte importante do livro é a crítica à sociedade japonesa, machista, opressora e de aparências. Eu não entendo muito sobre cultura japonesa, mas é interessante comparar a visão do livro com a visão de alguns animes.

No geral, o livro é bem envolvente. A troca constante de narrador, sendo praticamente um capítulo narrado pela irmã da Yuriko para um por outra pessoa, não incomoda, embora algumas narrativas me cansaram um pouco. O depoimento do assassino traz toda uma história sobre a imigração dele para China. É interessante, mas ficou um pouco deslocada, principalmente considerando que o final do livro não amarrou as pontas. No final, ficou uma sensação meio estranha. Como não podemos confiar em nenhum narrador, não sabemos direito qual é a verdade, e me parece esquisito não ter certeza da resolução do mistério. Não sei, acho que os personagens poderiam ter sido usados para um enredo melhor.

O livro foi bom para o primeiro contato com a autora. Apesar de eu ter implicado com algumas coisas, no geral a leitura foi bem interessante.

E sobre o Desafio Literário: apesar da vingança não ser o tema central da obra, há personagens rancorosas e vingativas, tanto no sentido de pequenas vinganças direcionadas a alguém específico quanto no de “estou fazendo por vingança mas não sei de quem estou me vingando”, mais dirigida à sociedade como um todo.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Meio intelectual, meio de esquerda, Antonio Prata

Meio intelectual, meio de esquerda

O Antonio Prata não é exatamente um autor novo para mim, visto que leio suas crônicas na Folha de São Paulo. Mas, como nunca tinha lido um livro dele antes, considerei-o como inédito.

Meio intelectual, meio de esquerda é uma reunião de crônicas do autor, principalmente de quando ele publicava no Estadão. As crônicas costumam falar de assuntos cotidianos, que vão da mania que as pessoas têm de levantar antes da parada total do avião até os trocadilhos nos nomes de pet shops. Elas costumam parecer despretensiosas, mas em geral não são tão banais e acabam refletindo a vida dos brasileiros (ou, para ser mais específica, a vida dos paulistanos de classe média – assim, seria difícil que eu não me identificasse).

Ao mesmo tempo em que não sei se gosto tanto de livros de crônicas (prefiro lê-las no jornal mesmo e não faço questão de relê-las ou tê-las comigo), ler Antonio Prata é uma delícia e não me cansei lendo várias crônicas em seguida.

Enfim, se você é assim, meio intelectual, meio de esquerda, e quer ler crônicas atuais bem-humoradas e certeiras, leia este livro.