terça-feira, 28 de junho de 2016

Comentários sobre livros #5

1- The catcher in the rye, J.D. Salinger

Foi uma releitura. Li pela primeira vez para a escola e reli... Para a faculdade. Não me lembro do que achei na primeira leitura, em que era mais nova que Holden, e meus sentimentos continuam variados, tanto que não consegui escrever uma resenha sobre o livro. No geral, compreendo quem ama o livro mas também entendo quem odeia. Gostaria de saber o que eu acharia se não fossem as influências acadêmicas e as aulas sobre isso, mas não dá para se ter tudo. Avaliação: 4/5

2- A vida do livreiro A.J. Fikry, Gabrielle Zevin

Esse livro foi queridinho de muitos, porque que leitor não cai de amores por uma história sobre livros? No entanto, gostei mas não me apaixonei. Os personagens são carismáticos, porém pouco aprofundados e sinto que o livro é curto demais para tantos acontecimentos. Prendeu a atenção, mas foi do tipo li-e-logo-esqueci. Avaliação: 3,5/5

3- Tormento, John Boyne

Tormento é um infantojuvenil e como é bem curtinho, do tipo de menos de 100 páginas, e é do John Boyne, decidi pegar um dia na biblioteca. Eu vi uma resenha bem elogiosa, mas acabei me decepcionando com o livro. De novo, curto demais para os elementos que ele tenta explorar. São vários personagens com seus próprios problemas tratados de forma rasa e o final se resolve de repente demais. Não funcionou comigo. Avaliação: 2,5/5

4- Wunderkind, Carson McCullers

Essa coleção de livros pequenininhos estava com desconto na Livraria Cultura e minha irmã comprou uns quatro, de autores que a gente queria conhecer, como é o caso da Carson McCullers, ou livros que simplesmente pareciam interessantes. Comecei por esse só porque caiu no sorteio da minha TBR jar. O livro é formado por quatro contos e nenhum me pegou. O negócio com contos é que eu nem sei explicar por que eu gosto de alguns, a magia acontece ou não. Não aconteceu aqui, embora seja inegável que a autora escreva muito bem e que eu continue curiosa para ler seus romances. Avaliação: 3/5

5- O caso da estranha fotografia, Stella Carr 

Li para a escola quando estávamos aprendendo sobre narrativas de enigma. Não gostei muito, sou mais O gênio do crime ou O mistério do cinco estrelas. Relendo uns dez anos depois, mantenho a minha opinião. Li em uma sentada, mas o final é um pouco frustrante, talvez pelo motivo do crime ser genérico e adulto demais em um livro de crianças(?). E também é do tipo que joga fatos aleatórios no meio da narrativa para ser educativo, como a irmã falando sobre biologia marinha, e eu morro de preguiça disso. Avaliação: 3/5

terça-feira, 7 de junho de 2016

A casa torta, Agatha Christie

— Sim, realmente nunca se sabe ao certo, não é mesmo? As pessoas são capazes de surpresas terríveis. Forma-se uma impressão acerca de alguém e ela às vezes resulta totalmente errada. Nem sempre... mas às vezes, acontece.
Eu nunca tinha ouvido falar de A casa torta, e provavelmente continuaria sem conhecer se as circunstâncias certas não tivessem se alinhado e eu e minha irmã não tivéssemos encontrado o livro entre uma pilha de livros abandonados do lado da cesta de lixo do meu andar do prédio. Minha irmã decidiu resgatar o livro, velho mas em plenas condições de ser lido, e ele ficou na estante por muito tempo intocado, até que ela leu e eu decidi ler também porque a gente tem livros demais e livros de mistério são bons para se passar para frente: quando a gente já sabe o final não tem tanta graça reler, né?

A casa torta, como o título bem indica, se passa em uma casa torta, local do envenenamento de Aristide Leonides, o patriarca da grande família que vive lá. Quem investiga o crime não são os detetives famosos da autora, mas Charles Hayward, jovem apaixonado por uma das netas de Leonides e filho do comissário da Scotland Yard. Assim, Charles está em uma posição de nem-da-polícia-e-nem-exatamente-da-família, o que o deixa mais confortável para investigar. Porém, com sua falta de experiência, é fácil deixar alguns detalhes passarem...

Não sei se foi porque eu não gosto tanto assim da Agatha Christie e por isso as expectativas estavam baixas ou se foi porque eu estava com saudades de romances policiais, mas acabei me surpreendendo com A casa torta. O final me deixou surpresa de uma forma agradável, e não com aquele gosto amargo da inverossimilhança que decepciona. É uma leitura bem rápida, li as duzentas e tantas páginas em dois dias, e apesar de terem vários personagens, a personalidade deles é marcante,  ou seja, logo a gente consegue diferenciar um do outro.

No geral, não é um livro que se destaque muito entre os romances policiais, mas é um mistério competente, pelo menos para mim que não sou fissurada no gênero. Virou o meu favorito da autora.

Avaliação final: 3,75/5