quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Os (realmente não tão) últimos filmes que eu vi #26

Terminamos esse ano interminável que foi 2020 e eu termino aqui também com os filmes vistos em 2016. Como me parece meio ridículo continuar postando minhas opiniões de quatro anos atrás, como se nada tivesse mudado, vou tentar modificar a forma desses posts, talvez deixar por temas em vez de cronologicamente? Veremos. Por enquanto, feliz ano novo! E ano que vem posto os melhores de 2020. 

1. Short cuts - cenas da vida (Robert Altman, 1993)
Segundo filme do Robert Altman que eu vejo, Short cuts tem a mesma estrutura estilo mosaico de personagens que Nashville. O foco aqui é em Los Angeles, mas não como a cidade do glamour e das estrelas, e sim nas partes mais afastadas e nas pessoas de classe média. Sinceramente, achei bem cansativo e pouco impactante. Como os personagens são gente como a gente, é mais difícil de entender o que o filme está tentando passar. Ou pelo menos foi o que eu achei. Avaliação: 3/5

2. Uma viagem ao mundo das fábulas (Tomm Moore, 2009)
Esse é um dos filmes que não faço ideia do motivo de não ter visto até agora. Vi até A canção do oceano antes, só por ter saído em um ano que estava vendo as animações do Oscar. Na verdade, o enredo de Uma viagem ao mundo das fábulas não me atraía muito — o monastério, a questão religiosa e a mitologia celta. Mas eu adorei o filme. O mérito maior é da animação, que é linda demais e me deixou praticamente de queixo caído o filme inteiro. Mas a história não é ruim, e conseguiu me prender durante o filme todo também. Avaliação: 4/5 
 
3. Mesmo se nada der certo (John Carney, 2013)
Esse filme foi bem hypado pela trilha sonora, todo o sucesso de Lost stars e tal. Demorei para ver por motivos de preguiça — e porque queria ver Apenas uma vez primeiro, já que sempre comparam os dois. Mesmo se nada der certo é um filme bonitinho, as músicas são gostosas de ouvir e tal, mas para ser sincera não achei tudo isso não. É um filme esquecível. E ainda achei que o roteiro trata mal a filha do personagem do Mark Ruffalo. Avaliação: 3,5/5
 
4. Imagine eu & você (Ol Parker, 2005)

Imagine uma comédia romântica clichê. Ela pode conter um casamento — no começo ou no final —, encontros por acidente entre o casal, momentos constrangedores, uma piada interna do casal que pode ser replicada no gesto final de convencimento do "eles viverão felizes para sempre", entre outros. Imagine eu & você tem tudo isso, mas também tem um casal formado por mulheres como protagonista, o que faz toda a diferença. Ou nem toda, mas dá uma simpatia a mais para o filme. Avaliação: 3/5
 
5. De olhos bem fechados (Stanley Kubrick, 1999)
Tudo que eu sabia sobre esse filme era que tinha o Tom Cruise e a Nicole Kidman no elenco, que era famoso pelas cenas de sexo e que tinha uma atmosfera onírica. O que descobri assistindo é que esses conhecimentos estavam corretos. E que o filme tem o baile de máscaras mais assustador da minha vida. Eu não sei descrever o gênero do filme, porque ele começa com um drama de casal e vira um thriller psicológico? Que ao mesmo tempo pode ser visto com tons cômicos? Eu não entendi bem o filme, e tudo bem, a experiência foi valiosa mesmo assim, algo bem diferente do que eu estava acostumada a ver. Avaliação: 3,5/5

6. Anticristo (Lars von Trier, 2009)
Outro visto para a faculdade e diferente do que costumo ver. Ou nem tanto, para falar a verdade, mas a fama da violência do filme me fez evitá-lo. Anticristo é explícito, mas menos do que eu esperava, e sei que Lars von Trier é uma persona non grata por vários motivos, mas por enquanto gostei dos filmes dele (esse e Melancolia, e pretendo ver Dançando no escuro um dia). No entanto, Anticristo não é um filme que eu teria vontade de ver novamente. Avaliação: 3,5/5

7. Ponto Final: Match Point (Woody Allen, 2005)
Eu sinceramente não sei bem o que pensar do filme. A história me prendeu, mas não me conquistou completamente. Os personagens são interessantes, mas é difícil de se identificar com eles (que bom!). Não é o melhor filme do Woody Allen e nem o pior. Acho que tenho dificuldade de gostar bastante dele fora do lado cômico. Avaliação: 3,5/5

8. Caindo na real (Ben Stiller, 1994)
Dirigido pelo Ben Stiller(!), o filme fala sobre os jovens de vinte e poucos dos anos 90. Apesar das diferenças óbvias — a tecnologia, a moda, algumas referências culturais —, dá para perceber que os dilemas da juventude não mudaram tanto, e muito do discurso aplicado à minha geração se encaixa perfeitamente nos jovens dos anos 90. Então foi bom ver Winona Ryder e cia. interpretando personagens que não fazem a menor ideia do que vão fazer da vida, que têm sonhos grandes e não sabem se devem correr atrás deles ou se manter nos empregos ruins, etc. Infelizmente ele foca um pouco mais no romance do que eu gostaria, mas faz parte. Avaliação: 3,5/5

9. Perdidos na noite (John Schlesinger, 1969)
Eu perdi o que tinha escrito sobre esse filme, outro que vi para a faculdade, mas me lembro de ter gostado bastante. A relação entre os dois protagonistas é bem interessante de se ver. Avaliação: 4/5

10. O rapaz e o monstro (Mamoru Hosoda, 2015)
A animação de Mamoru Hosoda, diretor de A garota que conquistou o tempo e Summer wars, traz a história de um garoto que se sente perdido após a morte da mãe, foge de casa e encontra uma fera que vê no humano uma possibilidade de discípulo. Como o rapaz e o monstro são esquentadinhos, eles não se dão bem no início, mas aos poucos o garoto aprende a lutar e se torna um bom aprendiz. A primeira metade do filme é bem divertida, e é interessante observar as diferenças entre o mundo humano e o mundo dos monstros. O final, no entanto, insiste em uma trama desnecessária para dar um tom mais épico. Avaliação: 3,5/5

11. Ela é o cara (Andy Fickman, 2006)
Eu adoro enredos forçados, então como não gostar de um filme em que uma menina se finge de menino, mais especificamente o irmão dela, e todos na escola acreditam, mesmo que o disfarce dela seja péssimo? Como se fosse só engrossar a voz, usar gírias de ~brothers~, cortar o cabelo e usar roupas masculinas para parecer homem... É claro que todas as confusões vindas do disfarce são ótimas, e a previsibilidade do enredo funciona em seu favor: a gente recebe exatamente o que estava esperando. Avaliação: 3,5/5

12. Bonnie e Clyde: uma rajada de balas (Arthur Penn, 1967)
E mais um para a aula. Embora a dupla de ladrões seja bem conhecida e sejam ícones da cultura pop, eu nunca teria pensado em ver o filme se não fosse pela faculdade. Bonnie e Clyde é um filme divertido, que nos faz torcer pelos ladrões graças às seus roubos. Avaliação: 4/5

13. Renegados até a última rajada (Robert Altman, 1974)
Para comparar com Bonnie e Clyde, a opção era esse filme. Os ladrões daqui são muito mais pobres e desglamourizados que a dupla famosa. É um filme interessante também, mas menos palatável aos meus gostos simples. Avaliação: 3,5/5

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Lendo a estante: A pessoa amada e Coisa de louco

A pessoa amada, CLAMP
Por que tenho: Minha irmã comprou há uns anos, junto com outro mangá, eu acho. Fiquei curiosa para ler algo mais cotidiano do CLAMP, sem elementos mágicos,
Por que li agora: A verdade é que logo que ela comprou eu já li várias histórias, mas porque não li de cabo a rabo os textinhos que vêm depois delas não marquei a leitura. Então só quis terminar oficialmente essa questão e riscar o livro da lista.
O que achei: O mangá é uma coleção de histórias curtinhas sobre amor que dão margem para as autoras refletirem sobre os temas abordados em seguida, em um textinho informal. É gostoso de ler, mas vale a pena mais pela arte do que pelas histórias e embora a história sobre a diferença de idade não seja tão absurda, eu ainda fico desconfiada com o CLAMP falando desse assunto, considerando a pedofilia que rola solta em Sakura Card Captors.
Avaliação: 3/5
 
Coisa de louco, John O'Farrell
Por que tenho: Conheci o livro no Skoob: vi a capa, achei que combinava com o estilo de livro que costumo ler e coloquei na lista. Acabei comprando na Bienal, naqueles estandes de livros a dez reais.
Por que li agora: O livro se encaixa naquela categoria "leve e fácil de ler", sempre desejada por mim.
O que achei: No início, achei toda essa história da Alice como mãe neurótica exagerada demais, sem ser engraçada, só patética. Com o desenrolar do enredo, as coisas ganham outro tom, mas a defesa da escola pública também é feita de modo forçado. Não sei, até entendo o que o autor queria fazer, mas é um público muito específico que ele está retratando e no início eu estava esperando algo um pouco mais realista e pé no chão, então esse conflito de expectativa x realidade acabou prejudicando minha leitura.
Avaliação: 3/5