sábado, 2 de janeiro de 2016

Retrospectiva: filmes de 2015

Em 2015 eu vi o total de 47 filmes, o que está mais ou menos dentro do esperado. Ainda não consegui postar o que escrevi sobre quase metade deles, mas garanto que vou publicar depois, até porque só falta digitar e transformar em post. Acho também que a seção vai passar a ter sempre dez filmes para não ficar atrasada demais. Mas enfim, voltando ao ano passado...

No começo do ano, fui na locadora do bairro pela última vez. Alugamos Uma longa queda e Ninguém pode saber. Eu frequentava pouco a locadora, mas ela tinha um acervo bem razoável de filmes clássicos, europeus e asiáticos, mais difíceis de achar na internet para quem não sabe baixar filmes e só vê online, como é meu caso. Ela não fechou, até onde eu sei, apenas se mudou para um lugar mais longe, mas com Netflix e internet a gente acaba preferindo as opções mais cômodas, não é?

Vi também alguns filmes do Oscar, tanto de 2015 quanto de 2014, sempre atrasada pois preguiça de ir atrás dos filmes na época da premiação — depois de ter que ficar procurando os posts nos blogs que eu leio sobre os filmes eu até cheguei a pensar em ver os filmes na hora certa e curtir a vibe de todos discutindo o mesmo assunto, mas obviamente já estou descartando a ideia porque eu não sou de ver muito filme em seguida, especialmente filmes que tenham o mesmo estilo, no caso, estilo filme de Oscar. Enfim, eu vi Álbum de família, Nebraska, Ela, Birdman e Whiplash. O destaque fica com Birdman: foi o filme mais marcante desses para mim e une boas atuações, boa direção, bom roteiro, boa edição... É um pouco cansativo — a trilha sonora é bem chatinha (bateria: instrumento do Oscar 2015) — e entendo quem ache um filme pretensioso, arrogante ou coisa do tipo. Mas eu não acho que o filme se leve tão a sério assim: é um filme hollywoodiano que critica Hollywood, afinal de contas. Ele está dentro do problema que apresenta. Sobre as categorias menores do Oscar, vi Ida, dos filmes estrangeiros, para o qual eu tinha poucas expectativas e acabou me impressionando, e A canção do oceano, uma animação bonitinha.


Falando em animações, meu projeto de assistir uma por mês deu certo. Eu falhei nos meses mais ocupados, mas consegui ver filmes que estavam na fila faz tempo, como O menino e o mundo, O castelo de Cagliostro e Cinco centímetros por segundo (esse foi uma decepção). Duas coisas legais sobre o projeto: a maioria dos filmes eu vi na televisão ou em mostras, sem precisar recorrer à pirataria, e consegui ver filmes de lugares mais diversos. Não vi nenhuma animação americana, e juro que foi sem querer. Assisti uma sul-coreana, uma uruguaia/colombiana, três brasileiras, uma francesa... Tem todo um universo fora da Disney e da Dreamworks para ser conhecido — mas é claro que volto para Hollywood quando precisar, porque ainda não vi Divertida mente.

O projeto de ver um filme da lista dos 1001 para assistir antes de morrer também funcionou bem. Vi alguns clássicos daqueles que são citados toda hora, como A felicidade não se compra, o eterno filme de Natal, e O sexto sentido, do plot twist mais famoso. Nem todos os filmes me empolgaram, mas ainda tenho muitas, mais de novecentas (risos), opções para explorar. O destaque aqui fica com Thelma & Louise, um filme de mais de vinte anos mas com uma temática feminista bem atual. 


Em 2015, eu participei do meu primeiro desafio cinematográfico, Não completei ainda e estou fazendo conforme dá vontade, mas assisti vários filmes que já queria ver mas estava procrastinando, como Adeus, Lênin! e Catfish. Eu encaixei os filmes que assisti nos temas primeiro, e agora estou indo atrás do que falta, como sempre faço, e pretendo concluir o desafio nesse ano. Tem vários temas que são um pouco fora da minha zona de conforto cinematográfica, mas consegui achar boas opções para várias categorias. Além disso, o desafio ajuda naquela hora de "quero ver um filme mas não sei qual", muito recorrente na minha vida. Porque se eu não fosse atrás de um filme do desafio, eu provavelmente assistiria a uma...

Comédia romântica indie, que não necessariamente precisa ser comédia, nem romance, nem indie (aliás, morro de vergonha toda vez que escrevo "indie", mas é o modo mais fácil de definir esses filmes, mesmo que não sejam de fato independentes). Porque eu obviamente vi vários filmes mais ou menos dentro da categoria: Ligados no amor, Uma notícia inesperada (a.k.a. Obvious child), Eu não faço a menor ideia do que eu tô fazendo com a minha vida, Gatos, fios dentais e amassos (esse é adolescente e eu só o citei aqui porque é uma bela comédia romântica adolescente, apesar do nome constrangedor), Será que? e Frances Ha. Todos passam uma sensação de conforto, alguns feels e às vezes também um pensamento de "já vi essa história antes". Frances Ha, nessa categoria, fica como o melhor, justamente porque a protagonista não precisa se encontrar no amor. É também provavelmente o mais identificável deles, uma jovem lidando com os vinte e poucos anos. Eu costumo ser pessimista na vida, por isso fico com um pé atrás em relação às mensagens desse tipo de filme, mas juro que quis acreditar na Frances e ser um pouco mais como ela.


Não vi muitos filmes ruins em 2015. O pior foi Sharknado, que não foi divertido como eu esperava. Outro filme que ficou na minha mente como ruim, apesar de eu ter dado uma avaliação de 3 estrelas, é Chamada a cobrar. Eu não entendi aonde ele queria chegar — um suspense? Uma comédia? É para a gente ter dó da protagonista ou para odiá-la? É até engraçado pensar que se nesse filme a mensagem se esconde, em Que horas ela volta?, da mesma diretora, ela está explícita demais. E também é curioso ver que alguém pode ter uma produção tão diferente: a Anna Muylaert fez um dos piores filmes do meu ano, mas também um dos melhores, porque sim, eu também adorei o onipresente Que horas ela volta?.

Eu fui assistir ao filme já tendo lido vários textões a respeito, porque meus amigos de Facebook, a maioria meio intelectual, meio de esquerda e ainda por cima mais ou menos do mesmo círculo de amizades da Anna Muylaert, adorou e divulgou incansavelmente Que horas ela volta?. E eu entendo, porque eu também tive a súbita vontade de escrever uma análise depois que vi o filme. Tem tanta coisa que pode ser analisada que a mão de escrever textão chega a tremer — mas eu resisti, amigos. E o filme não é só crítica social, ele também emociona, de verdade, e consegue prender o espectador.

O outro filme que merece o título de melhores do ano é O conto da princesa Kaguya. Ele demorou muito para chegar nos cinemas daqui, e a estreia foi adiada algumas vezes, mas valeu muito a pena ver essa animação na tela grande. Que filme lindo. Não sei dizer, só sentir... É um filme essencial para os fãs de animação, e virou um dos meus favorito do Ghibli.


E assim termina a retrospectiva de filmes de 2015, um ano em que quase não fui ao cinema no circuito comercial — meus dois favoritos do ano foram os únicos —, mas fui a várias mostras e aproveitei muito do que a programação de São Paulo tem a oferecer. Espero que esse ano também seja assim, com vários filmes bons e de diferentes gêneros.

2 comentários:

  1. Preciso ver Birdman, sempre esqueço disso. E Frances Ha também. :P
    Legal isso de não ter visto animações americanas. É sempre bom ver que outros países têm muito a oferecer nesse "gênero" (sei que não é um gênero, mas não sei que palavra usar).

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    1. Não sei se você vai gostar muito de Birdman (nem de Frances Ha), mas vale a pena assistir de qualquer jeito.
      Eu também achei legal, mas acho que esse ano vou acabar focando nos americanos mesmo (depende das mostras, na verdade) (e vou continuar focando nos japoneses, porque escondi os dados de que seis das animações foram japonesas, hehehe)

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