sábado, 20 de junho de 2020

Maratona asiática: encerramento

Relendo meu post da maratona agora, percebi que não cumpri as tarefas exatamente como pretendia. Mesmo assim, posso dizer: a maratona asiática foi finalizada com sucesso! Foram nove livros, uma série de mangás, sete filmes e seis séries para o projeto, um número superior ao que eu esperava. Segue a lista:

Livros
1. O Buda no sótão, Julie Otsuka
2. Starfish, Akemi Dawn Bowman
3. O último homem na torre, Aravind Adiga
4. Inconvenient daughter,
5. O melhor que podíamos fazer, Thi Bui
6. Botchan, Natsume Soseki
7. Sisters Matsumoto, Philip Kan Gotanda
8. When Dimple met Rishi, Sandhya Menon
9. Penance, Kanae Minato
E a série de mangás Limit, Keiko Suenobu

Filmes
1. Plano-sequência dos mortos, Shin'ichirô Ueda
2. Yesterday, Danny Boyle
3. Love suicides, Edmund Yeo
4. Dot 2 dot, Amos Why
5. Para todos os garotos: P.S. ainda amo você, Michael Fimognari
6. Tigertail, Alan Yang
7. A voz do silêncio, Naoko Yamada

Séries
1. A primeira temporada de Eu nunca... 
2. Alguns episódios de Homecoming (ou Where is my friend's home?)
3. Os primeiros seis episódios de Ainori Love Wagon: Asian Journey
4. Os primeiros três episódios de Age of Youth (ou Hello, my twenties!)
5. Um episódio de Gatchaman Crowds
6. Muitos episódios de Malhação: viva a diferença

 
Não atingi a variedade de países que gostaria (as únicas coisas que não são do Leste Asiático são da Índia) e consumi mais coisas americanas, mas o saldo é bem positivo. O que reparei nesse mês é que as escolhas americanas que fiz falam muito sobre identidade e a relação dos personagens com a cultura de ascendência deles. Em Starfish e Inconvenient daughter, aparece o preconceito e a inicial negação dessa cultura — no primeiro por uma tentativa da mãe branca da protagonista de tomar o controle e apagar os elementos japoneses da família, e no segundo pela protagonista ser adotada e não conviver com pessoas asiáticas além do seu irmão, também adotado. Em Never have I ever e When Dimple met Rishi, há a questão de até que ponto devem ser adotadas as tradições culturais familiares, com conflitos entre as protagonistas e os personagens que são mais apegados à cultura indiana. Tigertail e O melhor que podíamos fazer mostra famílias imigrantes e a distância entre os pais, que deixaram sua terra natal em busca de oportunidades melhores, e os filhos, bem integrados na cultura americana. E O Buda no sótão e Sisters Matsumoto retratam os sofrimentos dos japoneses nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra.

Isso significa que pessoas asiático-americanas só falam sobre identidade, preconceito e questões culturais? Não, só significa que meu interesse por histórias contemporâneas e coming of age acabou levando minhas escolhas para esse lado. Fiquei um pouco surpresa quando comparei a variedade de temas do que consumi das coisas americanas e dos países da Ásia (zumbis, bullying, expansão imobiliária, arte urbana, viagens...), é verdade, mas gostei de ter essa imersão em histórias que são mais semelhantes às minhas e da minha família e que conversam entre si, porque são todas de alguma forma sobre ser o Outro. 

Pretendo postar sobre todas as leituras e os filmes em breve. Sobre as séries não tem muito o que falar porque a maioria eu nem conclui ainda. Minha maior recomendação é Eu nunca..., uma série adolescente com momentos engraçados e tristes, que eu devorei em pouco tempo.

Gostei bastante de escolher o que ia ler ou ver para a maratona, e em junho estou focando em conteúdo LGBTQ+ (só deixei as séries de lado porque não queria começar outras coisas). Ainda que eu consuma conteúdo de minorias com certa frequência, essas maratonas garantem uma intencionalidade nas minhas escolhas que não tenho no resto do ano.

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