quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Carrie, a estranha, Stephen King

Carrie, a estranha

Ninguém achou nada de mais quando isso aconteceu (…). Aparentemente, todas as meninas nos chuveiros ficaram chocadas, empolgadas, envergonhadas ou apenas contentes que aquela nojenta da White tivesse levado na cabeça de novo. (…)

O que nenhuma delas sabia, claro, era que Carrie White tinha o dom da telecinesia.

Fazia muito tempo que eu queria ler algo do Stephen King, mas sempre ficava adiando. Os livros dele que eu mais queria ler nunca entravam em promoção, ou sempre estavam pegos na biblioteca. Mas finalmente o momento chegou e pude ler Carrie, a estranha.

Infelizmente, vi o final do filme — o remake, de 2013, naquele clima de “não tem nada melhor para ver na TV, comecei a ver um pedaço por curiosidade e não parei mais” — antes de ler o livro, e isso acabou prejudicando a leitura. Mas vamos começar pelo começo…

O livro é formado pela narrativa, que é em terceira pessoa mas cada vez foca em um personagem diferente, e por trechos de livros, relatórios ou simplesmente evidências sobre o caso da Carrie. Desde o começo, o narrador já vai nos dando dados sobre o que vai acontecer depois. Mas isso não tira exatamente o suspense da leitura, pois acaba criando um nervosismo, a gente começa a sofrer por antecipação, quer chegar logo na parte em que as coisas realmente acontecem. O início, a apresentação de Carrie e de toda a situação, foi a parte que eu mais gostei do livro.

Eu tinha visto o filme a partir da cena do baile, e foi aí, no livro, que a leitura perdeu a força para mim. Provavelmente porque eu já sabia o que ia acontecer, fiquei um pouco desinteressada em Carrie; a leitura se tornou uma descrição após descrição dos acontecimentos, que na verdade são mais emocionantes quando bem visualizados e, bom, não sou uma pessoa muito imaginativa.

Mesmo assim, a história como um todo não perde o seu brilho. Gosto muito da ideia do Stephen King, da forma que o livro traz à tona discussões sobre humilhação, fanatismo religioso, vivência escolar… É bom também ver como a maior parte dos personagens não é tratada de modo maniqueísta. Não podemos responder até que ponto Carrie é uma vilã. O livro é de certa forma uma tragédia: já sabemos como as coisas vão terminar, e ficamos em agonia lendo e querendo que desse para modificar tudo de forma que milagrosamente o final fosse feliz. E, claro, saímos contentes que é apenas ficção, embora ao mesmo tempo melancólicos porque existem muitas Carries por aí.

Enfim, recomendo Carrie, principalmente se você ainda não viu algum dos filmes. Não é um livro que dê medo, então é um bom começo para quem quer entrar no mundo do Stephen King mas não quer um terror pesado.

Avaliação final: 3,5/5

Um comentário:

  1. Acho que vou tentar outro livro do King para começar. Um amigo me convenceu a ler A Coisa. Apesar de morrer de medo de terror, vou tentar a sorte! hehehehehe
    Não sei pq mas Carrie me dá medo, mesmo sendo mais thriller psicológico q terror em si!

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