terça-feira, 30 de setembro de 2014

A casa dos náufragos, Guillermo Rosales

A casa dos náufragos

A única que se manteve fiel aos laços familiares foi essa tia Clotilde, que decidiu cuidar de mim e me hospedou durante três meses em sua casa. Até o dia em que, aconselhada por outros familiares e amigos, decidiu me pôr na boarding home; a casa dos escombros humanos.

— Porque você há de compreender que não se pode fazer mais nada.

Eu a entendo.

Li A casa dos náufragos por acaso, porque minha irmã pegou o livro na biblioteca. Eu não tinha muitas expectativas sobre a leitura, nunca tinha ouvido falar do livro e decidi ler só porque ele é curto e cabe no desafio de Volta ao mundo, representando Cuba.

O livro conta a história de William Figueras, um cubano exilado em Miami que é deixado pela família em uma boarding home, um tipo de asilo, por ter alucinações e um comportamento paranoico. Lá, ele convive com pessoas abandonadas e loucas, sofrendo nas mãos do mesquinho dono do local e do zelador e naufragando na miséria.

É interessante observar as semelhanças do livro com a vida do autor. Guillermo também passou por boarding homes no seu exílio e se decepcionou com a Revolução Cubana, que antes ele apoiava, então ele fala com propriedade sobre o assunto, tornando a história fácil de ser imaginada.

O tom da escrita é seco e enxuto, o que resulta num livro curto. Isso não é um defeito, mas acabou dificultando o processo de conexão emocional do livro comigo e fez A casa dos náufragos se tornar esquecível para mim, pouco marcante. De qualquer jeito, a intenção do autor provavelmente não era emocionar nem nada do tipo, me parece que ele simplesmente quer desabafar, que ele sente a necessidade de escrever.

É uma leitura rápida, eu li facilmente em um dia, mas tem várias camadas psicológicas, filosóficas e históricas por trás do livro. Eu só não fiquei com tanta vontade de ir atrás delas. Sabe quando você sabe que um livro é bom mas não consegue gostar tanto da leitura quanto gostaria? Foi isso que aconteceu.

Avaliação final: 3,5/5

Um comentário:

  1. Hummmmm
    Me interessou o suficiente, principalmente pq não faço ideia de outros autores cubanos para o desafio! Talvez até conheça, mas sem saber! Por via das dúvidas, anotado aqui! hehehehe

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