quarta-feira, 28 de outubro de 2015

TAG: Palavras cruzadas

Eu percebi que faço pouquíssimas tags de listar livros dentro de categorias(?). Dá preguiça, eu sempre fico em dúvida do que escolher e tal. Mas aí a Ana Luiza ressuscitou recentemente a tag Palavras cruzadas e fiquei com vontade de participar. Demorei vários dias pensando nas minhas escolhas e mais outros para escrever o texto. Ainda assim, saiu tudo repetitivo, como sempre (como falar sobre livros sem repetir as palavras livro e leitura, me ensinem). Os links vão para as respectivas resenhas ou para a página do Skoob, caso o livro em questão não tenha sido resenhado. Se for ler a resenha, tenha cuidado, porque tem umas velharias ou não tão velharias no meio que até fiquei com vergonha, mas sou blogueira íntegra e mostro meus fracassos.

Frango com Ameixas1) Vox Populi (um livro para recomendar a toda gente): Eu sou péssima para indicar  algo para todo o mundo. As pessoas têm gostos diferentes, sei que tem gente que não gosta de juvenis, de fantasia, etc, e gosto bastante de tentar recomendar algo específico que tenha a ver com o que eu sei da pessoa para quem estou indicando. Então, olhando a minha estante no Skoob, optei por indicar Frango com ameixas, da Marjane Satrapi. É uma graphic novel curta e conta uma história familiar tocante. Provavelmente nem todo mundo vai amar, mas é difícil ter algo contra uma narrativa tão curta e simples, não é? Ou seja, você pode não amar, mas provavelmente também não vai odiar.

Ciranda de pedra 2) Maldito plágio (o livro que gostaríamos de ter escrito): Eu nunca parei para pensar nessa pergunta e realmente acho difícil escolher um livro. É complicado se apropriar do livro de outra pessoa, né? Eu quero escrever um livro algum dia, ou pelo menos concluir uma história grande, sendo mais realista, mas algo que seja meu. Dito isso, se eu escrevesse metade do que a Lygia Fagundes Telles escreve em Ciranda de pedra, eu definitivamente ficaria mais satisfeita. Pena que não me esforço nem um pouco para isso, e pratico pouquíssimo. Quem sabe um dia…

Still Waters 3) Não vale a pena abater árvores por causa disso: Eu gosto de baixar livros ilegalmente e às vezes caio nessas roubadas de escolher uma leitura só pela sinopse. Numa dessas, eu encontrei Still waters, um YA supostamente de terror, mas o enredo não se sustenta, os personagens são fracos e a emoção predominante que você sente lendo é raiva, estilo como-o-personagem-pode-ser-tão-burro (melhor do que sentir tédio, não é mesmo?). Não é que seja totalmente desperdício de papel, até porque eu não gastei papel com ele, mas certamente é dispensável. Tem muito livro no mundo para se gastar tempo com esse.

O Médico e o Monstro 4) Não és tu, sou eu (um livro bom, lido na altura errada): É difícil escolher um, porque em geral quando não gosto do livro é porque não é meu estilo, e não por causa do momento. Por exemplo, acabei de ler Esaú e Jacó, do Machado de Assis, e não gostei muito. Eu sei que ele é bom, assim como sei que provavelmente se lesse pela primeira vez em outra situação, continuaria não gostando muito. Quer dizer, talvez daqui a trinta anos eu mude de estilo literário, mas por enquanto não consigo me imaginar assim. Enfim, fico com O médico e o monstro, pelo simples fato de ter visto uma adaptação no teatro antes de ler. Por isso, já conhecia bem o enredo e não vi nada de novo no livro.

O silêncio 5) Eu tentei… (um livro que tentamos ler, mas não conseguimos): Todos os livros que marquei como abandonados no Skoob estão lá por motivos bestas. A maioria eu comecei a ler no computador, parei, porque não tenho mais paciência para ler livro em PDF (viva o Kindle!) e acabei não voltando mais. A exceção é O silêncio, do Shusako Endo. É um romance inspirado na história de perseguição de cristãos no Japão, e minha irmã pegou na biblioteca justamente porque eu queria ler algo histórico japonês. Só que quando eu fui ler percebi que não estava na vibe. Até comecei, li umas 30 páginas, mas vi que não valia a pena me forçar a ler rápido para poder devolver para a biblioteca. Ou seja, pedi para minha irmã pegar um livro e no final só ela que leu… Não descarto a ideia de tentar outra vez. Como o Scorsese vai lançar uma adaptação do livro, quem sabe a vontade de ler volte. Só espero que ele continue na biblioteca até lá.

We were liars 6) Hã? (um livro que lemos e não percebemos nada OU um livro com final surpreendente): Eu sou bem besta como leitora e quase tudo me surpreende. Só que sou orgulhosa também, por isso em vez de ficar feliz pelo livro ter me surpreendido, eu procuro desculpas para não gostar dele, como se ele tivesse me ofendido ou coisa assim (sou muito trouxa). Enfim, o final de We were liars me pegou de surpresa e eu não gostei muito. Mas, honestamente, o que mais me incomodou no livro foi a narrativa, ou o fato de eu não dar a mínima para os personagens, então o plot twist pelo menos fez o livro se destacar e virar piada interna.

Por que Indiana, João 7) Foi tão bom, não foi? (um livro que devoramos): Vou citar o último que li em um dia, Por que Indiana, João?. Foram duzentas páginas lidas em uma noite. Eu costumo ser uma leitora bem lerda, por isso gosto quando consigo ler um livro em um dia, por mais fácil que a leitura seja. Não entrou na minha lista de favoritos, embora eu até tenha gostado mais do que esperava, mas às vezes um livro rápido e envolvente é tudo o que a gente precisa, especialmente depois de passar vários dias presa em um livro mais devagar. Além disso, é um jeito fácil de se sentir menos culpada com a pilha de livros não lidos: um a menos!

A morte do gourmet 8) Entre livros e tachos (uma personagem que gostaríamos que cozinhasse para nós): Não é nenhum personagem específico, mas bem que eu gostaria de experimentar algumas comidas descritas pelo crítico de A morte do gourmet. Em um capítulo eu estava com vontade de comer sashimi, em outro queria uma comida marroquina que nunca ouvi falar, depois desejei comer em um restaurante chique e elogiado pelos críticos… E provavelmente eu nem gostaria de metade das comidas descritas, porque sou bem fresca, mas as descrições me fizeram acreditar que tudo seria bom.

Razão e sentimento 9) Fast forward (um livro que poderia ter menos páginas que não se perdia nada): É um pouco suspeito eu dizer isso, já que não gostei do livro, mas Razão e sensibilidade (ou Razão e sentimento) passava muito bem com umas cem páginas a menos. Eu até gosto do estilo de escrita da Jane Austen, mas o livro tem pouco enredo para muitas páginas. É muito papo furado, fofoquinhas e jantares para pouco acontecimento. Como disse na minha resenha, pode ser que a autora retrate bem a sociedade da época, mas não vejo por que eu tenho que ser obrigada a gostar do livro por isso.

O Menino que se Trancou na Geladeira 10) Às cegas (um livro que escolheríamos só por causa do título): Minha família vendeu há uns anos os nossos discos de vinil. Recebemos uma parte em dinheiro e outra em crédito para gastar no sebo do comprador. Só que o sebo não era muito grande, e tinha poucas coisas que me interessavam, por isso tive que vasculhar todas as estantes em busca de algo que me chamasse a atenção. Foi assim que descobri O menino que se trancou na geladeira. Eu gosto bastante de títulos misteriosos e genéricos ao mesmo tempo, e precisava saber por que o menino se trancou na geladeira. Para ser sincera, eu nem sei se eu descobri o motivo do menino ter se trancado na geladeira. Tudo que eu lembro da leitura é que não entendi quase nada da metade para o final do livro e fiquei bem frustrada.

Angústia 11) O que vale é o interior (um livro bom com a capa feia): Eu não costumo ter problemas com capas. Em geral, as editoras que eu mais leio têm trabalhos gráficos bons e do meu estilo. De vez em quando leio algo com uma capa feia com foto de casal ou algo do tipo, mas difícil achar uma que se destaque no meio dessa mediocridade. Eu me lembro melhor de clássicos que têm capa feia. O trabalho da Martin Claret é exemplar nesse aspecto, mas como evito comprar livros da editora pela sua fama de plágio em traduções, também não conta. Fiquei então com Angústia, do Graciliano Ramos. O livro é da minha mãe e tem essa capa feia e que deixa claro que é uma edição velha. Tenho outros livros do Graciliano nessa mesma edição, mas esse se destaca com essa imagem misteriosa e simbólica.

Nu, de botas 12) Rir é o melhor remédio (um livro que nos tenha feito rir): Sou uma pessoa razoavelmente fácil de agradar com humor e não é raro eu sorrir várias vezes durante uma leitura. Ao mesmo tempo, acho difícil rir de verdade (insira aqui um comentário de como o riso é algo social, etc.) e não vou atrás especificamente de livros de humor. Não sei se ri alto lendo Nu, de botas, mas considero um livro bem divertido e me lembro de sorrir bastante durante a leitura. Aliás, eu também ficaria bem satisfeita se tivesse metade do talento do Antonio Prata para a escrita.

A última música 13) Tragam-me os Kleenex, faz favor (um livro que nos tenha feito chorar): Assim como na categoria anterior, não é raro que eu chore, mas é difícil que eu chore de verdade, fique abalada por muito tempo ou qualquer coisa do tipo. Provavelmente chorei com várias mortes em Harry Potter, mas como li várias vezes não consigo dizer qual foi a mais marcante. Escolho então o clichê A última música, do Nicholas Sparks. Existem certos acontecimentos com pessoas com quem se tem certa relação (tentando evitar os spoilers) que me deixam triste com facilidade. A empatia é instantânea e leva a uma corrente de pensamentos de “e se fosse comigo…”. Por isso, não tive como não chorar com A última música. É previsível, genérico e os protagonistas são chatos, mas a fórmula funciona para mim. Desculpa, sociedade.

14) Esse livro tem um V de volta (um livro que não emprestaríamos a ninguém):  Eu não tenho muitos problemas para empresar livros comuns — até porque poucas pessoas me pedem. Hipoteticamente, não gostaria de emprestar livros velhos, porque cada pessoa que lê estraga mais o livro. Por exemplo, já emprestei, ou melhor, minha irmã emprestou, o primeiro Harry Potter para várias pessoas na época em que o livro estava começando a fazer sucesso. Hoje ele está bem gasto e tenho planos de lê-lo mais vezes, então não gostaria que ficasse mais estragadinho. Outro caso é com livros caros, porque se a pessoa não devolvesse a perda financeira seria maior.

Atonement 15) Espera aí que eu já te atendo (um livro ou autor que estamos constantemente a adiar): O que dizer do Ian McEwan que eu mal conheço mas já considero pacas? Eu já li um livro dele, Black dogs, e gostei mas não amei. Só que a minha irmã é fã dele, então minha estante tem outros cinco livros do autor há anos. E eu nunca li nenhum. Nem Atonement, que todo mundo ama e recomenda. É um daqueles casos que a expectativa é tão alta que não sei nem o que fazer. Além disso, é comprido, é em inglês e é histórico, por isso rola uma preguicinha básica. Mas eu prometo que vou ler algum dia. Talvez ano que vem, quem sabe. Ou não.

7 comentários:

  1. "mas sou blogueira íntegra e mostro meus fracassos." - Eu ri dessa parte :P (e fui lá ler as resenhas velhas)

    Gostei das suas escolhas!

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    1. Tem resenha de dois anos atrás que eu leio e fico tipo "meu deus do céu, eu escrevi isso?". Mas acho normal, considerando que não fico satisfeita com muita coisa que posto. Quem sabe daqui a dez anos eu leia tudo e ria muito ¯\_(ツ)_/¯

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  2. Eu fiquei com tanta raiva de Atonement! (Sim, me julgue, eu esperava um romance fofo tipo Orgulho e Preconceito, já que eles tentaram criar uma "associação" entre os filmes para chamar a atenção, mas não tem NADA a ver). Morri de raiva, falei que nunca mais queria saber do autor (sem sequer ter lido o livro). hahahahahahaha

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    1. Hahaha, também confundo. Outro dia estava lendo um livro e falava "Orgulho e reparação" ou algo do tipo, fiquei em dúvida se era uma brincadeira com isso ou se era erro do tradutor (depois descobri que era erro, no original estava só Atonement)

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    2. Fala sério né, eles traduziram como Desejo e Reparação e colocaram a Keira Knightley super em destaque na capa. Claro que eles queriam enganar bobo (e essa aqui caiu que nem um patinho, hahaha).

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  3. Adorei este post!
    Amei Nu, de Botas. Sou doida pra ler Frango com Ameixas, mas esta esgotado e nao acho em lugar nenhum! Dela li e adorei, Persépolis e Bordados.
    Bjks mil

    www.blogdaclauo.com

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    1. Poxa, que pena que Frango com Ameixas está esgotado... Eu aluguei o livro em uma biblioteca. Ainda não li Bordados, quero muito ler.
      Beijos

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