quinta-feira, 30 de julho de 2015

Quem é você, Alasca?, John Green

Quem é você, Alasca

Mas eu não tinha coragem. Ela tinha namorado. Eu era um palerma. Ela era apaixonante. Eu era irremediavelmente sem graça. Ela era infinitamente fascinante. Então voltei para o meu quarto e desabei no beliche de baixo, pensando que, se as pessoas fossem chuva, eu era garoa, e ela, um furacão.

Eu li Quem é você, Alasca? em abril, mas por preguiça motivos misteriosos acabei não escrevendo a resenha até hoje. Aí decidi escrever agora, porque ninguém perguntou mas eu quero dar a minha opinião sobre o John Green e manic pixie dream girls, já que Cidades de papel está no cinema e todo mundo está comentando sobre sua relação com o autor, se ama, se odeia, se não liga tanto…

Começando por um resumo porco e nem um pouco imparcial da história: Miles Halter é um jovem comum e sem graça que vai estudar em um internato, onde ele conhece Alasca, garota sedutora e misteriosa que o levará a viver grandes aventuras. Até que algo, que pode ser considerado spoiler mas ao mesmo tempo é bem previsível, acontece, e Miles aprenderá muito com isso.

Cada pessoa tem seus clichês favoritos, e tem alguns que não suporta. Pois bem, eu não gosto de manic pixie dream girls, as tais garotas louquinhas e sonhadoras que servem unicamente para mudar a vida do protagonista e que só existem na ficção. Embora o John Green diga que a Alasca supostamente seja uma desconstrução da ideia, isso não deu muito certo, porque ela pode ter provado que tem vida e personalidades próprias, mas no final quem aprendeu a lição foi o Miles. A própria existência da Alasca como personagem só serve para ensinar os homens que não se deve idealizar mulheres (estou levando a sério demais? Estou, mas e daí?). Não faz muito sentido para mim, portanto, escrever algo para subverter um clichê de visão masculina centralizando nessa mesma visão. 

Enfim, desabafos a parte, também não gostei muito de outros aspectos do livro. Os personagens me pareceram bem genéricos; os coadjuvantes são carismáticos o suficiente para não serem iguais uns aos outros, mas não simpatizei com eles de verdade. E o Miles é bem bobo, né… Embora eu entenda o apelo que as frases bonitas e as reflexões filosóficas tem para as outras pessoas, elas não me pegaram. Nesse aspecto, gostei bem mais de The fault in our stars.

Dito isso, não posso deixar de falar que foi, sim, uma leitura divertida. Prendeu a atenção, mas achei o livro genérico também, pouco marcante. A coisa mais importante que Quem é você, Alasca? fez para mim foi me fazer valorizar mais The fault in our stars. Estou bem curiosa para ler Cidades de papel para ver se dessa vez eu consigo ver o clichê das manic pixie dream girls quebrado de uma forma que eu goste, mas vou dar um tempo porque não vou aguentar outro narrador masculino palerma em pouco tempo.

Avaliação final: 3/5

2 comentários:

  1. Achei "Alasca" bem legal, embora concorde com as suas críticas. Também estou curiosa para ler "Cidades de papel" para ver como o John Green aborda esse assunto.

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  2. Nuh, se vc já não gostou de Alasca.... era a minha próxima e última tentativa com John Green, depois de detestar Cidades de Papel e achar nhé Teorema Katherine (os dois protagonistas são bem chatos e palermas e as meninas insuportáveis).
    Achei que Alasca seria melhor, mas agora desanimei um pouco!
    Veremos se vou me dar ao trabalho de ler...

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