quinta-feira, 30 de abril de 2015

Faking Faith, Josie Bloss

Faking Faith

Sure, I’d acted in a few school plays before, which technically counts as pretending to be someone else. While I was with Blake, I’d pretended to be someone who was entirely comfortable with that sort of relationship, and after everything that happened, I’d pretended like the bullying didn’t bother me. And I’d been writing in Faith’s voice for months now, which had totally been all about taking on a character. But none of those things really compared to two entire weeks of lying my ass off in person, twenty-four hours a day.

Tive alguns imprevistos nesse mês e acabei não me planejando direito para a leitura do Desafio Literário Skoob. Como fiquei com quatro dias para ler algo que se encaixasse no tema, desisti das minhas opções originais e optei por um e-book mais curto de um YA.

Minha vontade de ler Faking Faith veio unicamente da sinopse: após seu ex-namorado vazar fotos comprometedoras suas, Dylan acaba sendo excluída socialmente na escola. O seu refúgio após tanto assédio é ler blogs de garotas educadas em casa cristãs fundamentalistas, com os quais ela fica tão obcecada que começa a escrever o seu próprio, criando uma personagem, Faith. Com o sucesso de seu blog, ela fica amiga da blogueira do tipo mais famosa, Abigail, e combina de passar um tempo na casa dela. Então Dylan, uma adolescente urbana e moderna, terá que fingir ser Faith, conservadora, religiosa e virginal.

A sinopse me lembrou do reality show Catfish, e eu adoro essas histórias de fakes virtuais (saudades, Orkut). Mas o foco do livro é em como Dylan vê uma realidade totalmente diferente da sua. Eu gostei bastante de como essa abordagem foi feita, procurando ver os dois lados da coisa e deixando claro que tem coisas que são questões de fé, individuais, e que não vão mudar, por mais que a gente queira que não seja assim. Porém, não sei se alguém religioso enxergaria o livro do mesmo modo que eu, então talvez Faking Faith seja ofensivo para algumas pessoas (o que eu não gostei muito é que Dylan se coloca como normal em oposição à família de Abigail, mas eu acho que normalidade não existe. Mas tudo bem, acho natural uma adolescente pensar assim).

O livro tem também romance, que em si eu achei meio sem graça, mas gostei de como ele trouxe mais discussões religiosas e drama ao enredo.

Fiquei com medo que a história das fotos peladas de Dylan tivesse um tom moralista, mas achei o livro surpreendentemente feminista. Dylan se culpa inicialmente, como imagino que qualquer garota faria, considerando o contexto machista em que vivemos, mas depois ela entende o relacionamento abusivo que tinha com seu namorado e se liberta disso.

O que não gostei é que li o livro esperando uma coisa (algo mais focado em Dylan ter que fingir ser outra pessoa e depois os dilemas entre se revelar ou esperar ser descoberta e os dramas que isso traria) e acabei encontrando outra (me lembrou um pouco outro reality show, Adolescentes rebeldes, em que pais mandam os filhos para trabalhar em fazendas de famílias conservadoras). Tive que suspender bem a descrença para acreditar que Dylan conseguiu manter o disfarce sem nem saber fazer as tarefas que ela dizia que fazia no seu blog ou sem conhecer nada da Bíblia, e achei estranho que ela não tenha comentando muita coisa sobre internet quando estava na casa de Abigail. Se elas eram blogueiras conhecidas, por que só postaram uma vez enquanto estavam juntas?

Também não gostei de alguns aspectos do final. Algumas coisas se resolveram sozinhas e o final foi um pouco irrealista (mas pelo menos ele não exagerou tanto quanto podia ter feito). Acho que o livro poderia ter sido bem melhor se algumas coisas fossem mais desenvolvidas, fico até frustrada com isso, dá vontade de pedir para a autora fazer uma segunda edição maior e melhorada (o livro inteiro que podia ter sido e que não foi).

Para concluir, Faking Faith foi uma leitura agradável, prendeu a atenção e mesmo que eu tenha gostado mais da premissa do que de como ela se concretizou no livro, valeu a pena ter lido, especialmente por trazer discussões que não costumo ver em livros. Agora quero um YA com alguma história de Catfish.

Avaliação final: 3/5 (ou, para ser mais exata, 3,25/5)

2 comentários:

  1. Nunca tinha ouvido falar desse livro nem da autora, mas acho que não me empolgou muito não. Só fiquei contente em saber que ele tem um foco meio feminista, pois essa questão de fotos vazarem na internet é um tema tão atual, e quase sempre a sociedade culpa as vítimas ao invés de culpar os agressores.

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  2. Olá, Marília.
    Não conhecia o livro e a história pareceu bem interessante apesar de parecer não ter se desenvolvido tão bem.
    Bjos,
    Helena

    http://doslivrosumpouco.wordpress.com

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