quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A lua de mel, Sophie Kinsella

A lua de mel

Tomo um grande gole de água e tento encontrar lucidez nos pensamentos enlouquecidos. Sejamos sensatos. Vamos pensar sobre isso com cautela. Nós já brigamos? Não. Ele era boa companhia? Era. Gosto dele? Nossa, gosto. Tem mais alguma coisa que preciso saber sobre um marido em potencial?

— Você tem piercing nos mamilos?   pergunto com um mau presságio repentino. Piercing nos mamilos não é uma coisa da qual eu goste.

Fazia um bom tempo que eu não lia chick lit. Costumo gostar do gênero, mas atualmente os YAs já preenchem minha cota de leituras leves e divertidas. E tenho um pouco de preguiça do tamanho dos livros de chick lit. A maioria tem mais de quatrocentas páginas e por mais que em geral passe rápido, não dá para garantir que será uma leitura muito envolvente.

Mas minha tia me emprestou A lua de mel e o tema do mês no DL do Tigre é de livros engraçados, então achei uma ótima oportunidade para ler um chick lit. O livro é da Sophie Kinsella, autora da série da consumista compulsiva Becky Bloom — da qual eu li o primeiro livro e gostei.

A lua de mel conta a história de duas irmãs: Lottie e Fliss. Lottie acha que seu namorado vai pedi-la em casamento, e quando ele não faz isso ela termina o relacionamento. De coração partido, ela acha uma boa ideia se casar com o seu primeiro amor, Ben, logo depois de eles se reencontrarem. Fliss, divorciada e desiludida, acha a ideia péssima e quer fazer de tudo para impedi-la, até sabotar a lua de mel da irmã.

O livro começa interessante, embora seria melhor ainda se a sinopse não falasse nada do enredo, de forma que a surpresa que os personagens sentem poderia ser compartilhada por nós também. Lottie é a protagonista típica de chick lits, uma mulher bem sucedida profissionalmente, romântica, atrapalhada e sem noção. Na maior parte do livro, especialmente no começo, fiquei bem irritada com ela, porque ela faz tantas besteiras… Mas, depois de acompanhá-la por quase quinhentas páginas, no final até torci um pouco por ela. Já Fliss é mais sensata, mas tem sua dose de acontecimentos constragedores  e é controladora em um nível tão alto que não é fácil gostar dela no começo também.

As personagens são irritantes, mas, talvez justamente por isso, são engraçadas algumas vezes, em geral na narração ou nas falas. O problema é que o humor de vez em quando é muito forçado, especialmente as sabotagens que Fliss faz na lua de mel. É exagerado e parece um filme ruim de comédia escrachada. Possivelmente até funcionasse melhor em um filme, aliás… Eu preferi o filme ao livro de Becky Bloom, por exemplo.

Se o começo e a metade do livro tentam ser engraçados — e às vezes conseguem —, o final é muito lição de moral, muito “felizes para sempre” para o meu gosto. E é obviamente previsível desde o começo do livro. Mas mesmo assim uma parte de mim ficou feliz que tudo deu certo, mesmo querendo um toque maior de realidade.

Apesar dos defeitos ou críticas, achei a leitura bem envolvente no final. É do tipo de livro que vai crescendo conforme você vai se apegando aos personagens, por mais chatos que eles sejam. Eu vi muitos fãs da Sophie Kinsella falando que não gostaram de A lua de mel, então eu não sei se eu recomendaria para quem gosta bastante de chick lit. E nem para quem não lê com tanta frequência, porque não duvido que tenha livros melhores do gênero por aí. Mas eu aprovei a leitura e quando tiver vontade pretendo ler outros livros mais famosos da Sophie Kinsella.

Avaliação final: 3/5

(a partir de agora, vou linkar o título do livro na resenha à sua respectiva página no Skoob)

2 comentários:

  1. Não é bem o meu tipo de leitura, mas até parece (minimamente) interessante :P

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  2. Esse é um da Sophie Kinsella que ainda não li! Vou colocar na lista. Os livros dela são sempre engraçados! :)

    Samara - www.infinitoslivros.com

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