quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Top 10 perfomances favoritas da temporada: masculino

A temporada 2018-2019 já começou, mas ainda dá tempo para rememorar a temporada olímpica, né? Fiz uma lista das minhas dez performances favoritas de cada categoria para não esquecer daquilo de que mais gostei. A lista está mais ou menos em ordem (ou seja, é certo que gosto mais do primeiro do que do décimo, mas não tão certo que prefiro o sétimo ao oitavo) e mistura programas, performances ou momentos memoráveis dessa temporada tão dramática que vivemos. É claro que sou tendenciosa e tenho minhas preferências de patinadores e de tipos de programas, e é uma lista extremamente pessoal. Evitei de propósito algumas performances olímpicas que não tinham vídeo fácil de achar, e nem todas as performances escolhidas são as que fizeram mais pontos, às vezes optei por aquilo que mais me marcou por estar acompanhando a competição ao vivo (por streaming, infelizmente). Não sei quando vou postar as outras categorias, mas espero terminar essas listas antes da temporada 2019-2020 começar, quem sabe...

(fonte)
10. Mikhail Kolyada (programa curto na Cup of China)
Às vezes as coisas dão certo e Kolyada consegue fazer um belo quádruplo lutz e aterrissar com segurança. É um fenômeno raro, muito raro, e por isso é tão especial. Kolyada é um patinador que tem tudo para ser um sucesso, mas que sofre com a inconsistência e com os programas não muito bons na questão artística. Mas eu sinceramente gosto desse programa curto, que inicia com o Piano Concerto nº. 23 de Mozart e de repente passa para um tango, mostrando bem as qualidades clássicas do patinador russo.

(fonte)
9. Keiji Tanaka (programa curto na Cup of China)
Keiji é um dos patinadores por quem você acaba simpatizando mais pela quantidade de coisas que se vê sobre ele fora do gelo (ele gosta de fazer tarefas domésticas! Ele gosta de anime! Ele parece um ser humano muito responsável em comparação com Yuzuru e Shoma!) do que pela patinação em si. Conhecido pela sua inconsistência e pelos pops, ele teve uma boa temporada em 2017/2018, indo para as Olimpíadas e fazendo programas curtos limpos pelo menos duas vezes. Esse programa, ao som de da guitarra de Gary Moore, combina com o estilo do Keiji, especialmente se apresentado com a confiança que vemos aqui.
Quase que Kazuki não teve a chance de fazer as performances da sua vida até agora. Como segundo substituto no mundial, Kazuki foi acionado devido ao machado de Yuzuru e à aposentadoria de Mura. Sabendo que era sua chance de brilhar, e com a pressão de precisar de uma boa colocação para garantir as três vagas do Japão para o próximo mundial, ele fez mais do que quase todos esperávamos com um programa curto limpo e um longo sem quedas. Em uma competição marcada pelo desastre e por inúmeras quedas, Kazuki levou de brinde uma medalha pequena de bronze pelo programa longo e um incrível quinto lugar no seu primeiro mundial. O programa de West Side Story aproveita bem os pontos positivos dele: a qualidade performática e a óbvia alegria que apresenta ao patinar. E isso é só o começo para ele.

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7. Dmitri Aliev (programa longo no campeonato europeu) 
Dizem que a esperança é a última que morre, e quando Dmitri Aliev, contra todas as expectativas, fez essa performance, a esperança continuou viva, muito bem, obrigada. Último homem a se apresentar no Europeu, Aliev tinha uma tarefa simples: ir melhor que Samarin para garantir sua vaga olímpica. Mas a sua fama de desastroso em programas longos era grande demais para os corações dramáticos de fãs, que insistiam que sua condição física nunca era suficiente para ele terminar os programas sem parecer que ia desmaiar. Aliev provou que não, não faltava energia coisa nenhuma (ou talvez só um pouquinho...), superando até Kolyada para ficar com a medalha de prata no seu primeiro campeonato europeu, ao som de To build a home e da trilha sonora de Pequena Miss Sunshine
Yuzuru é o patinador mais famoso e mais bem-sucedido atualmente. Com um séquito de fãs, ele é o favorito de pelo menos metade do fandom do esporte. E isso cria um sentimento estranho em quem não gosta dele tanto assim. Afinal, depois de ouvir repetidamente que tudo que ele faz é uma obra-prima, é um pouco chato não conseguir sentir isso de verdade. Racionalmente, sei que ele é o patinador do masculino mais completo; emocionalmente, nem sempre consigo me conectar com as performances dele. O que importa é que esse programa, ao som de Ballade nº. 1 do Chopin, tem belos momentos, e se eu não coloco em uma posição mais alta é porque, bom, é a terceira temporada que Yuzuru o usa e nós queremos novidades. 
Patrick Chan é um gosto adquirido. Ele dominou as competições por um tempo, com pontuações altíssimas em performances com erros, sendo odiado por muitos, até que deu uma pausa na carreira e voltou uma temporada depois. Mais maduro e sem vencer tanto, logo a opinião popular mudou: Patrick é sim um dos melhores patinadores. Conhecido pelas skating skills maravilhosas e incomparáveis (note como ele parece patinar sem fazer esforço nenhum), ele teve sua última temporada competitiva um tanto atribulada, sofrendo por falta de motivação. Aqui, no entanto, com seu programa ao som de Dust in the wind no início da temporada, a gente ainda não sabia de nada e podia aproveitar a patinação de Patrick pelo simples prazer que é assisti-lo.

(fonte - finja que o gif é do Quatro Continentes)
 4. Shoma Uno (programa curto no Quatro Continentes)
Se minha relação com o Yuzuru é complicada, a com o Shoma é mais ainda. Foi ele que me fez voltar a acompanhar o esporte, mas na temporada olímpica seus programas foram escolhas decepcionantes: Inverno, do Vivaldi, uma música batidíssima para o programa curto, e Turandot, outra música batidíssima e ainda reprise do programa de 2015/2016, para o longo. Mas com o tempo eu aprendi a gostar do programa curto do Shoma, conforme ele foi se sentindo mais a vontade com a coreografia. Se o segredo de apreciar alguns patinadores, como Yuzuru e Patrick, é focar no que eles fazem com os pés, para Shoma a recomendação é o contrário: não veja os pés e foque na parte superior do corpo. Ele tem um controle nos braços que é difícil de ver em outros patinadores e isso me faz ignorar o fato de que ele passa boa parte do programa com os dois pés no gelo fazendo crossovers.

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 3. Nathan Chen (programa curto na Rostelecom Cup) 
Esse programa foi uma surpresa muito boa. A maioria dos patinadores, especialmente os mais competitivos, faz escolhas musicais seguras e pouco inventivas, mas Nathan quis uma música contemporânea com uma coreografia mais inovadora (ou no mínimo menos esquecível). O programa foi perdendo um pouco da graça conforme a temporada foi passando, mas na Rostelecom Cup ainda era novidade, e também foi a melhor performance em termos de estilo: com os cachos e a roupa simples em vez da minimalista feita pela Vera Wang que ele usou nas Olimpíadas.

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 2. Keegan Messing (programa curto no campeonato mundial)
Eu não sabia da existência de Keegan Messing antes da temporada começar, mas ele logo me conquistou. Normalmente não gosto muito de programas tipo showman clássico, mas abro exceções para quem combina com o estilo. E o Keegan certamente combina. Ele pode ser um pouco bagunçado às vezes, mas quando faz um programa limpo tudo se encaixa. A coreografia desse programa ao som de Singin' in the rain ressalta seus os pontos fortes, e no geral o considero um patinador bem completo: boas skating skills, saltos grandes quando ele os acerta e spins rápidos, lembrando o estilo clássico norte-americano de patinação.

(fonte)
 1. Adam Rippon (programa longo no NHK Trophy)
Quando voltei a acompanhar o esporte, o Adam estava machucado, por isso eu não conhecia ainda os seus programas. Por mais que normalmente eu seja contra repetições, nesse caso achei que foi uma boa escolha. Seria difícil superar o programa curto da temporada anterior, com a música eletrônica, mostrando seu lado divertido e atrevido, e o longo contemporâneo e mais sério, ao som de Arrival of the birds, do The Cinematic Orchestra, e O do Coldplay. Adam não é o patinador mais técnico do mundo; seus saltos não são os mais difíceis e suas skating skills poderiam ser melhores. Mas ele é excelente na parte da performance, e quando se acorda cedo em um fim de semana para assistir ao NHK Trophy, após todos os desastres e machucados de outros patinadores durante a temporada, tudo que eu preciso é de um programa belo e praticamente limpo, além de um patinador obviamente muito feliz e orgulhoso do que fez, para me lembrar do motivo pelo qual eu vejo patinação.

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