segunda-feira, 14 de julho de 2014

Whip it, Shauna Cross

Whip it

I love the way the wind whips through my hair at practice as I fly through the turns, sitting low, leaning into the track for maximum speed. My life feels like it has been so slow for so long, it’s fun to finally be going fast.

Eu queria ler esse livro desde que ele foi lançado no Brasil, com o título de Derby girl. Lia vários livros adolescentes nessa época e gostava de ler livros cheios de referências musicais e à cultura pop. Derby girl parecia entregar isso, além de focar em um esporte interessante e pouco conhecido. E, preguiçosa como sou, demorei muito para ler o livro. Só fui lê-lo agora, em inglês e depois de ter visto a metade final do filme na televisão há um tempo.

Bom, o livro conta a história de Bliss Cavendar, uma jovem moderninha de dezesseis anos que mora em uma cidadezinha conservadora no Texas. Ela se sente presa lá, ainda mais vivendo com uma mãe louca querendo que as filhas sejam vencedoras de concursos de beleza. Então Bliss descobre o roller derby, esporte que só as garotas cool praticam. Como Bliss tem como meta de vida ser cool, ela vai correndo participar, e descobre um lugar do qual ela gosta de pertencer — estou tentando, mas está difícil não terminar sinopses com chavões.

Se alguém quer ler o livro porque tem o interesse em conhecer o esporte, eu já digo: ele é pouco desenvolvido no livro. As regras não são explicadas e tem poucas cenas da prática do esporte em si, que foram um pouco difíceis de entender para mim — não sei se porque estavam mal descritas ou porque sou ruim em imaginar cenas de movimento. Ou seja, se você não conhece roller derby, continua sem conhecer depois de ler o livro. A sorte é que eu já tinha visto o final do filme, se não seria muito mais difícil de visualizar as cenas.

Além disso, toda a parte envolvendo o roller derby, as amizades que ela fez, a rotina do treino, não aparecem direito. Bliss, que é a narradora do livro, conta demais e não mostra o suficiente. A gente tem que acreditar quando ela diz que as meninas do treino dela são legais e que ela está adorando o roller derby, mas eu não senti isso de verdade, não vi tantas cenas que justificassem essas coisas, por exemplo. Achei os personagens planos, e muitos tinham potencial para mais desenvolvimento, como as praticantes de roller derby, que não têm personalidades distintas, a Pash e a mãe de Bliss.

Então, curiosamente, o fato do livro ser curto e rápido é uma qualidade e um defeito. Qualidade porque às vezes a gente só quer se distrair com um livro e defeito pela falta de profundidade.

O livro tem algumas lições legais, é uma história de amadurecimento interessante, e eu achei envolvente, mas certamente não é para todo mundo. Eu me irritei bastante com a Bliss no começo, porque ela é imatura, fica se achando a cool — e se sente muito superior por isso — e fala em linguagem adolescente demais. Mas aos pouco me acostumei, e sei que faz parte da fase em que ela está… Talvez se eu tivesse lido o livro quando ele foi lançado teria me identificado mais.

Avaliação final: 3/5

Sobre a adaptação para o cinema:

Whip it 2 Faz tempo que eu não faço comparação livro e filme, mas achei que Whip it merecia — ou melhor, se eu não assistisse ao filme logo depois de ler o livro, eu provavelmente não assistiria nunca.

O filme em português se chama Garota fantástica, é dirigido pela Drew Barrymore, tem a Ellen Page como Bliss e o roteiro é da Shauna Cross, a própria autora do livro.

O filme desenvolve mais o esporte do que o livro. Se o livro é principalmente uma história de amadurecimento pessoal, o filme é também uma história de superação esportiva. Isso porque o time da Bliss era de perdedoras pouco comprometidas com o esporte, mas elas logo sentem um gostinho de vitória e gostam disso — vale dizer que o livro e o filme terminam de modo diferente.

As praticantes de roller derby também aparecem mais e são mais desenvolvidas — destaque para a rival interpretada pela Juliette Lewis. Não sei se toda a dinâmica do esporte foi bem representada no filme, se corresponde à realidade, mas pelo menos deu para sentir um gostinho do que é o roller derby.

Como o foco do filme é esportivo, algumas coisas que eram mais desenvolvidas no livro não tiveram a mesma importância na tela, como a amizade da Pash e a parte romântica. Não que elas tenham sido ignoradas, mas enquanto no livro achei que a parte do roller derby ficou meio solta, no filme as relações pessoais principais da Bliss ficaram um pouco fora de lugar.

Eu sempre acho engraçado ver a adaptação logo depois de ler o livro, porque reparo nos diálogos e nas cenas iguais nos dois e muitas vezes acho isso ruim, porque alguns elementos ficam meio estranhos sem o contexto que tinham no livro. Mas, se eu visse o filme bem depois, provavelmente não ficaria comparando tanto e não repararia nessas coisas.

Enfim, o filme continua tendo vários clichês de filmes esportivos e de adolescentes, mas para quem gosta do gênero vale a pena, especialmente por ser um filme que deixa evidente a força feminina. E Whip it passa no teste de Bechdel com uma facilidade… 

Avaliação final: 3,5/5

2 comentários:

  1. Hum, não sei se fiquei com vontade de ler o livro, a protagonista deve ser irritante e sempre acho que cenas de ação esportiva ficam meio estranhas quando escritas. :P
    O filme parece legal.

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  2. Menina, que livro diferente vc escolheu! Gostei da criatividade! Não sei se animaria "espontaneamente" ler, mas se surgir a oportunidade, não deixarei passar! ;)

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