quinta-feira, 31 de julho de 2014

The Garden Party, Katherine Mansfield

The Garden Party

It seemed to him there was a tiny pause but long enough for him to suffer torture before her lips touched his, firmly, lightly kissing them as she always kissed him, as though the kiss how would he describe it? confirmed what they were saying, signed the contract. But that wasn’t what he wanted; that wasn’t at all what he thirsted for. He felt suddenly, horribly tired.

                                                                                                 (The garden party, p. 227)

Minha primeira experiência com os contos da Katherine Mansfield aconteceu em 2011. Apesar da resenha não ter sido das mais positivas, a experiência foi proveitosa e fiquei com vontade de ler mais coisas da autora. Então encontrei The garden party em um sebo por apenas quatro reais (uma edição um pouco surrada, é claro), decidi comprar e aproveitei a leitura para um trabalho de faculdade sobre contos. Li o livro há uns meses, na verdade, mas não o resenhei até agora por preguiça.

The garden party tem alguns contos em comum com o livro dela que eu li antes, como At the bay, que me lembra muito To the lighthouse, da Virgina Woolf, e Miss Brill, que na primeira vez que li achei sensacional e agora não vi tanta graça.

Bom, como a minha resenha do outro livro dizia, Katherine Mansfield definitivamente não é uma leitura rápida. Seus contos utilizam bastante fluxo de consciência e se você não estiver no clima certo para entrar na cabeça dos personagens, a leitura pode se arrastar. Mas, uma vez dentro dos contos, o livro fica incrível, a prosa fica deliciosa e não sei mais que elogios fazer.

É verdade que quando leio para a faculdade, meu olhar fica mais analítico e acabo achando as coisas melhores do que quando leio por entretenimento, mas faz parte — e me considero sortuda por isso, considerando que muita gente perde o prazer de ler quando o faz por obrigação. O fato é que não existe leitura totalmente imparcial, e o jeito que nós lemos determina muito o que vamos achar do livro.

Atualmente tenho prestado mais atenção na representação das mulheres na literatura e a Katherine Mansfield certamente fez um bom trabalho. Suas personagens são humanas e estão em diferentes fases da vida, que são bem retratadas. Há também uma crítica social a opressão da mulher, vista em elementos como o casamento. Vemos maridos possessivos, desinteressados e egoístas.

Eu fico meio triste ao ver que muita gente não gosta de ler contos. Entendo que nem sempre são leituras fáceis, porque é difícil de ler tudo em seguida, e em um livro de contos o nível de qualidade deles sempre varia, mas um único conto às vezes pode marcar o leitor mais do que vários romances. Então fica a recomendação de ler Katherine Mansfield.

Avaliação final: 4,5/5

Um comentário:

  1. Em geral aproveito melhor a leitura de contos quando é para a faculdade, já quando é romance eu acabo ficando de saco cheio dele ;P
    Vontade de ler logo esse livro...

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